
Há 177 anos a Serra vira um misto de fé, devoção e tradição no mês de dezembro. Esses conceitos se harmonizam, ao som dos tambores e das casacas do congo, principalmente no dia 26, quando se comemora o Dia do Serrano e o padroeiro da cidade, São Benedito.
A programação que começa no segundo domingo de dezembro, continua nesta terça-feira (27), às 19 horas, na Serra Sede e encerra o ciclo folclórico e religioso da cidade que contou com a cortada, puxada e fincada do mastro do Santo Preto, missas, muito congo e show de Diogo Nogueira.
Nesta terça, a festa fica por conta do desfile das bandas de congo da Serra. De acordo com a Associação das Bandas de Congo da Serra – ABC/Serra, dez bandas de congo participam do encontro a partir das 19 horas.
Participam as bandas de congo São Benedito de Santiago; Konschaça; São Benedito de Campinho da Serra II; Jovens de Manguinhos; Cultura Congo de Bicanga; Nossa Senhora da Conceição de Jacaraípe; São Benedito e Nossa Senhora do Rosário de Pitanga.
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Também estão presentes os conguistas do Congo das Paneleiras, Banda de Congo de Santa Marta e Banda de Congo Confogo de Fundão, que participam como convidadas no desfile.
Após o desfile, haverá show com Taiana França, às 22h no palco montado ao lado da igreja Matriz, na Serra Sede. A programação é totalmente gratuita e conta com apoio da Prefeitura da Serra.
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A última etapa da Festa de São Benedito acontece no domingo de páscoa, quando é feita a derrubada do Mastro em frente à Igreja Matriz.
Na segunda-feira (26) – feriado municipal – as ruas do centro da Serra foram tomadas por moradores e visitantes de todas as idades, que acompanhavam as bandas de congo e o navio Palermo até a Igreja Matriz. As gerações se uniram para testemunhar os festejos de São Benedito, que é Patrimônio Cultural e Imaterial do município desde junho de 2021, quando a lei n°5.308/2021 foi sancionada pelo prefeito da Serra, Sergio Vidigal.
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Tradição na Serra que passa de geração para geração
A festa reúne pessoas de diversas idades e passa a tradição de geração a geração. O bancário Marcelo de Souza Ferreira, de 39 anos, é um dos serranos que leva os filhos para a festa. “É uma oportunidade para conhecer um pouco da nossa história, da cultura serrana, da cultura dos avós deles, que chegaram à Serra Sede na década de 50. Na época, não tinha luz elétrica. Minha filha mais nova, a Liz, de três anos, nunca tinha vindo. Já, o mais velho, Arthur, de seis anos, já tinha vindo, mas quando ainda muito pequeno”, disse, animado.
“Sou apaixonada pela festa da Serra! Sou nascida de criada na Serra Sede mas, há quatro anos, moro em Salvador. Quando chega esta época do ano, deixo meu marido maluquinho para vir para cá. A festa me emociona, me arrepia. Ver a fé das pessoas, os fiéis tocando no Palermo (navio) quando ele passa. Toda essa paixão me emociona. Tenho paixão por essa festa”, contou a dona de casa Carine Storck Santos, 41 anos.

