Por Yuri Scardini
A República Brasileira sempre foi marcada por eleições truncadas, rivalizadas e às vezes até violentas. E 2018 deve seguir a cartilha, porém, com novos contornos. Um deles é o ressurgimento de candidatos com bandeiras publicamente de direita, como o presidenciável Jair Bolsonaro, que feito mito de ultima hora tem sua legião de fã espalhada pelo Brasil e que se mobilizam na internet e fazem muito barulho virtual.
Falando em internet, este faz parte do novo contorno eleitoral, com a intensificação da perigosa e antidemocrática mistura dos chamados “Fake News”, manipulação pelos Big Datas, boots e os chamados “ciborgues” que têm a intenção de manobrar a opinião pública pela web, criando uma espécie de efeito manada e manipular o voto dos eleitores para determinados candidatos, que pagarem mais é claro.
Além disso, há todas as indefinições que cobrem o mitológico mor da nação, o ex-presidente Lula, que surfa a dicotomia da popularidade e da impopularidade ao mesmo tempo. Condenado em segunda instância ou não, vai haver problema e radicalização. Não resta dúvida que Lula é figura central da eleição de 2018, ou como um “cabo eleitoral mártir preso por um golpe” ou como candidato perseguido capaz de trazer os “bons e velhos tempos” de volta.
Lula, Bolsonaro, a esquerda, a direita, o vendável centrão, a crise de representatividade, a internet, os Fake News, os discursos de ódio e os contra-discursos de ódio com mais ódio ainda, as demagogias, a corrupção, a falta de planos de governo aprofundados, regras eleitorais ultrapassadas, parte de um judiciário que não inspira confiança, falta de um poder hegemônico capaz de criar consenso e mais uma penca de coisas, nos faz crer que não haverá milagres em 2018.
Olhando para o ES, o patinho feio do Sudeste, mais do mesmo. Mando e desmando das poluidoras nos poderes públicos. No campo político a atrofia do tabuleiro eleitoral causada pela “indecisão” do governador Paulo Hartung (PMDB) sobre seus próprios caminhos eleitorais. Uma oposição encurralada, suplantada e talvez incapaz de fazer um contraponto à altura. E aqui na Serra, mais um capítulo de uma estória que já dura uma década, Audifax versus Vidigal.
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