O deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos) está sendo alvo de acusações do seu ex-aliado Igor Corato, que afirmou ter provas de irregularidades na campanha eleitoral de 2024, quando Muribeca disputou a Prefeitura da Serra. Corato foi intimado a prestar depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (19) e declarou que pretende apresentar documentos e evidências que sustentariam suas denúncias.
Pablo Muribeca nega as acusações e diz que nunca teve nenhum vínculo com Igor Corato (leia a nota completa abaixo).
Segundo o ex-aliado, houve prática de caixa dois na campanha, com o uso de contas de Pix secreto e pagamentos a pessoas sem vínculo formal. Além disso, Corato alega que a equipe de Muribeca teria montado um suposto “gabinete do ódio” para atacar adversários políticos nas redes sociais, utilizando servidores públicos e criando narrativas que classificou como “antiéticas e ilegais”.
Atuação na campanha e rompimento político
Igor Corato participou ativamente da campanha de Pablo Muribeca em 2024. Ele utilizava suas redes sociais para defender o então candidato e atacar o adversário Weverson Meireles (PDT). Durante o período eleitoral, chegou a ter perfis suspensos e foi proibido de criar novas contas.
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O ex-aliado também enfrenta outros processos judiciais originados durante as eleições. Nos bastidores, comenta-se que houve rompimento entre Corato e Muribeca após o pleito. Pessoas próximas relatam que Corato se sentiu abandonado pelo deputado, o que teria motivado o atual embate.
Acusações de fake news
Nas declarações antecipadas ao Portal Tempo Novo, Corato afirmou que Muribeca teria participação direta na criação de conteúdos falsos durante a campanha. Ele disse ter sido injustamente acusado de produzir fake news, mas garantiu que apresentará provas para desmentir essas versões e comprovar sua inocência.
O ex-aliado informou que entregará extratos bancários e outros documentos que, segundo ele, reforçam as denúncias. O inquérito segue sob segredo de Justiça, e a Polícia Federal considera o depoimento de Corato uma etapa importante para o andamento das apurações.
Vale destacar que todas as acusações partem exclusivamente do ex-aliado de Pablo Muribeca. Para que a apuração não se limitasse a declarações sem comprovação, a reportagem solicitou documentos e registros que Igor Corato afirma ter em mãos e que pretende apresentar à Polícia Federal.
Entre os materiais encaminhados à redação estão capturas de tela de conversas atribuídas a Muribeca no Instagram. Nas imagens, o então candidato a prefeito aparece, supostamente, repassando conteúdos destinados a atacar adversários políticos, os quais, segundo Corato, seriam publicados em suas próprias redes sociais.

O ex-aliado também alega possuir comprovantes de transferências bancárias que teria recebido para atuar em favor de Muribeca na internet. De acordo com ele, os pagamentos, feitos via Pix, teriam sido realizados por pessoas ligadas ao grupo político do candidato.
Questionado, Corato encaminhou à reportagem prints e fotos que, segundo afirma, comprovariam os repasses financeiros. O ex-aliado ainda disse que não poderia repassar todas suas provas, pois os documentos serão entregues somente à Polícia Federal.
É importante ressaltar que a reportagem não atesta a autoria nem a veracidade das supostas provas apresentadas. Cabe à investigação oficial confirmar ou descartar as alegações. O pedido de envio desse material teve como única finalidade comprovar que documentos e registros, de fato, serão entregues à Polícia Federal.
O depoimento faz parte de um processo judicial movido pela coligação “Amor pela Serra” (PDT, MDB, Podemos, PSB, Federação PSOL-Rede e União Brasil) contra Pablo Muribeca, Igor Corato e outras pessoas apontadas como integrantes da campanha eleitoral do ex-candidato a prefeito e atual deputado estadual.
Igor Corato possui condenação na Justiça Eleitoral
Além das denúncias que pretende apresentar, Igor Corato já possui condenação na esfera eleitoral. A Justiça Eleitoral da 53ª Zona Eleitoral da Serra o condenou ao pagamento de R$ 270 mil em multas por disseminar conteúdos ofensivos, desinformativos e preconceituosos contra o então candidato a prefeito da Serra, Weverson Meireles.
A decisão foi assinada pelo juiz Gustavo Grillo Ferreira em outubro de 2024 e confirmada neste ano. A representação foi movida pela coligação “Amor pela Serra”, que denunciou o envio sistemático de mensagens contra Meireles por meio do WhatsApp e de redes sociais. O material compartilhado por Corato envolvia montagens, insinuações religiosas e tentativas de intimidação pessoal, conforme a decisão judicial.
O que diz Pablo Muribeca?

Por meio de nota, Pablo Muribeca afirmou que Igor Corato nunca foi seu assessor e jamais exerceu qualquer função, direta ou indireta, de assessoramento, contratação ou vínculo com o parlamentar.
O deputado ressaltou ainda que não tem envolvimento com Igor. Disse ainda que, “aliás, possui histórico de polêmicas e embates processuais com outras figuras políticas da cidade como Audifax, Sueli e Sérgio Vidigal”.
“Também é importante esclarecer que Igor não teve qualquer participação oficial na campanha eleitoral de 2024 ou em qualquer outra campanha do deputado Pablo Muribeca. Por isso, o parlamentar repudia integralmente tais alegações, que além de falsas e infundadas, possuem claro viés político”, diz o texto da nota.
O deputado Pablo Muribeca ainda reafirmou “sua confiança plena na Justiça” e disse que estará à disposição sempre.

