
Ana Paula Bonelli
Uma pessoa comete suicídio no Espírito Santo a cada dois dias e meio. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) dão conta de que em 2016, 146 morreram por cometerem suicídio. Ainda não há dados de 2017.
Segundo o site da campanha Setembro Amarelo, o Ministério da Saúde (MS) considera o suicídio um problema de saúde pública e pelos números oficiais, são 32 casos por dia do país, taxa superior às vítimas da Aids e da maioria dos tipos de câncer.
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O Ministério da Saúde mostra que os números de suicídios cresceram no Brasil entre 2011 e 2015. Segundo a pasta, esta é a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 e 29 anos. Em 2011, foram 10.490 suicídios. Já em 2015 o número chegou a 11.736.
De todas as mortes, os homens representam 79% do total, enquanto mulheres, 21%. Viúvos, solteiros e divorciados foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). O meio mais utilizado é o enforcamento: 66,1%, seguidos por intoxicação exógena e armas de fogo.
No ES, um local que é palco desse tipo de morte é a Terceira Ponte que liga Vitória a Vila Velha. Por meio de sua assessoria de imprensa a RodoSol, disse que até o dia 18 de setembro 2017, 35 pessoas tentaram suicídio na Terceira Ponte. Cinco conseguiram cometer o ato. Já em 2016, foram 46 tentativas, sendo que 10 foram consumadas.
A empresa disse ainda que participa de fóruns e grupos, juntamente com entidades e especialistas no assunto, para tratar a prevenção de suicídios no Estado, buscando propor ações concretas para reduzir as ocorrências. A empresa detalhou que possui monitoramento 24 horas através de nove câmeras com giro de 360°, tem disponibilidade de equipes operacionais para atendimento a ocorrências com agilidade, além de treinamentos para essas equipes. Mas não mencionou o projeto de colocar barreiras na ponte, que havia sido divulgado dias atrás na imprensa estadual.
Sinais para ajudar na prevenção
A psicóloga Joyce Santos, explica que alguns sinais apresentados por pessoas com tendências ao suicídio podem ser observados e com isso ser prevenidos. Dentre esses sinais, automutilação, inibição repentina e tristeza por períodos prolongados, principalmente após o falecimento de alguém próximo, mudança de endereço, dificuldades financeiras, perda de relacionamento, sofrimento com bullying e dificuldade com autoaceitação.
Ela ressalta ainda que o problema pode acometer todas as faixas etárias e que, a princípio, o suicídio é um ato contra si mesmo. “A pessoa não consegue lidar com uma angústia; algo impossível de se resolver ou de encontrar saídas para determinada questão”, destaca a especialista.
“Muitas vezes ouvir as pessoas é uma forma eficaz de ajuda. A possibilidade de falar sobre o que se passa, sem imposições religiosas ou algum julgamento, apenas ouvir. Seja pelas vias tecnológicas ou mesmo um bom papo pessoalmente. Familiares, vizinhos e amigos, podem ser essas pessoas”, destaca Joyce.
No entanto a psicóloga ressalta que uma escuta diferenciada, como a de um profissional pode ajudar ainda mais no processo de tratamento da pessoa.

