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“Essa aliança com Vidigal vai se manter em 2020”

O tucano Vandinho diz que há um distanciamento do setor produtivo com a Prefeitura. Foto: Reinaldo Carvalho

Na semana passada Vandinho Leite (PSDB) deixou a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, da qual esteve à frente por um ano. Trabalho que trouxe visibilidade ao tucano, que agora deve se concentrar na eleição desse ano, quando deverá buscar uma vaga de deputado estadual. Nessa entrevista Vandinho traz um balanço dos trabalhos como secretário e faz duras críticas à administração da Serra, enquanto desenha os cenários políticos para a eleição. Confira:

Quais foram as principais ações promovidas pela secretaria?

A parte da inovação, com foco na criação de novas startups, que é o Sinapse. Educação profissional, através do OportunidadES, que leva conhecimento com foco na geração de renda e Ensino superior, com a reformulação do Nossa Bolsa, onde alunos de escola pública poderão fazer o ensino superior em instituições privadas, além de bolsas de pós-graduação e mestrado.

Qual o balanço do programa OportunidadES?

Foram 132 mil vagas abertas, entre cursos presenciais e à distância. O maior projeto de qualificação profissional da história do ES. Sabemos que o emprego de carteira assinada está em queda, então parte considerável dos nossos cursos foram voltados ao empreendedorismo, nas áreas como beleza e alimentação, mas observamos o mercado como um todo, como logística, que cresceu aqui na Serra.

E qual a participação da Serra?

Das 132 mil vagas, foram 35 mil vagas ocupadas por serranos, quase 30%. Mas para além dos números, foi importante na vida das pessoas. Me marcou um  caso de uma mulher da Serra, chamada Renata. Ela tem 35 anos, estava desempregada há um ano, tem apenas 15% da visão em um dos olhos, mas conseguiu concluiu dois cursos na área de confeitaria pelo OportunidadES, montou seu próprio negócio e está crescendo e gerando renda.

No caso do Sinapse, qual o balanço?

O Sinapse tem por objetivo transformar ideias inovadoras em negócios de sucesso. Foram selecionadas as 40 melhores ideias para serem transformadas em startups, recebendo R$ 50 mil para dar suporte. Foram mais de 1.200 ideias inscritas. A Serra foi o 3º município que mais colocou e aprovou ideias. Por exemplo, uma startup da Serra, que é um marketplace de serviços ambientais, ela conecta empresas geradoras de resíduos a uma rede de fornecedores qualificados. Se antecipa a demanda, diminui os preços e traz sustentabilidade.

E o Nossa Bolsa tem funcionado bem?

Alunos de escolas públicas que podem fazer o ensino superior em instituições privadas. Não é financiamento, o Governo banca a bolsa. Na Serra, as instituições parcerias são a Multivix, UCL, Unesc, FaSerra e Fabra. Esse ano foram 736 capixabas que receberam bolsas. Destes, 124 são moradores da Serra, quase 17% do total.

Esse programa supre a demanda de uma universidade estadual?

Sim. A quantidade de vagas oferecidas todos os anos; o formato e a diversificação dos cursos; as instituições parceiras do programa têm muita credibilidade junto ao mercado; é um modelo inovador de universidade pública estadual.

Qual é o seu plano para as eleições deste ano?

Já me coloquei como pré-candidato a deputado estadual. Acredito que é possível fazer um mandato conectado com a sociedade serrana e com o que eu tenho defendido nos últimos anos. Pretendo fazer uma discussão em relação à Serra, acredito que a gestão municipal tem cometido grandes falhas.

Quais são as falhas?

O distanciamento da cidade com o setor produtivo é enorme. Não consigo acreditar em desenvolvimento social, sem desenvolvimento econômico. O município não tem estratégia de atração de investimentos para geração de emprego e renda. Além disso, têm vários outros problemas. A educação daqui não se modernizou; não está conectada com esse momento tecnológico. Fiz um trabalho forte de conectar as escolas técnicas estaduais, sei do que estou falando. A Serra está muito atrasada na área da educação. E na saúde é uma dificuldade fora do comum. A gestão na Serra é atrasada. 

Quais os rumos para a Serra avançar na economia?

Precisamos diminuir a dependência das commodities. A Serra tem que investir em empreendedorismo inovador. A empresa Wine é um exemplo de sucesso. Fazer um debate para apoiar nossas indústrias. Além disso, investir no potencial logístico. Temos posição geográfica e área para receber um aeroporto internacional de cargas, entre Nova Almeida e Jacaraípe. A prefeitura precisa estar na vanguarda dessa discussão. E apoiar setores na área de serviços, e na agricultura e turismo, que são praticamente traço na nossa economia.

Com o fechamento da janela para troca de partido, o PSDB ficou maior ou menor?

Provavelmente seremos o partido que vai fazer a maior, ou a segunda maior, bancada da ALES. Filiamos bons nomes. Na chapa de federal temos chance de fazer dois. E temos o senador, Ricardo Ferraço, que já é nosso pré-candidato. Nos organizamos bem.

A tendência é um embate entre o governador Paulo Hartung, o ex-governador Casagrande e a senadora Rose de Freitas? Como avalia?

A eleição passada já foi até certo ponto disputada e polarizada entre Paulo Hartung e o governador da época (Casagrande). Acredito que outra vez será uma eleição polarizada entre o atual e o ex-governador.

Existe uma parceria muito forte entre você e o deputado federal Sérgio Vidigal. Isso deve se manter pelas próximas eleições?

O natural é que a parceria continue. Estamos mais próximos do projeto coordenado por Hartung. Acho que a tendência é essa; um dos motivos de eu não disputar a eleição para deputado federal é porque não quero fazer embates com Vidigal. É uma aliança importante para a Serra. Precisamos rediscutir a cidade, eu acho que essa aliança com Vidigal vai se manter em 2020.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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