Empresário da Serra achado em carro foi drogado, roubado e asfixiado até a morte por bandido

A Polícia Civil concluiu as investigações da morte do empresário de 62 anos.
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Empresário da Serra Vitória Carro Post
Carlos José Pereira, de 62 anos, era empresário na Serra. Crédito: Divulgação

A Polícia Civil concluiu as investigações sobre a morte do empresário Carlos José Pereira, de 62 anos, dono do restaurante Tropical, localizado na Serra Sede. O corpo dele foi encontrado no dia 25 de julho deste ano, dentro de seu carro, estacionado em um posto de combustíveis no bairro Andorinhas, em Vitória.

O crime foi elucidado como latrocínio, roubo seguido de morte, e o autor é Paulo da Silva de Oliveira, de 29 anos, que confessou o crime e está preso.

De acordo com o delegado Ramiro, da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória, Paulo e Carlos se conheciam havia poucos meses e já haviam saído juntos em outras ocasiões. No dia 23 de julho, o suspeito convidou o empresário para ir até uma cachoeira, mas já havia planejado o assalto.

Durante o trajeto, próximo à Cachoeira Véu da Noiva, Paulo rendeu o empresário com uma faca e o obrigou a ingerir uma dose de clonazepam, medicamento que provoca sonolência e perda de resistência. Ele então assumiu o volante e manteve a vítima sob seu domínio por mais de oito horas, enquanto tentava realizar transferências bancárias e saques pelos aplicativos financeiros de Carlos.

Já à noite, os dois foram até o posto de combustíveis em Andorinhas, onde Paulo pretendia sacar o restante do dinheiro. Ao perceber movimentação no local, o empresário tentou pedir ajuda, mas foi impedido. Paulo o empurrou de volta para dentro do carro, o prendeu com o cinto de segurança, tampou a boca e o nariz da vítima e a asfixiou até a morte.

Em seguida, ele cobriu o corpo com um lençol, posicionou a vítima como se estivesse dormindo e limpou o carro por cerca de 20 minutos, usando luvas cirúrgicas e máscara para não deixar impressões digitais. O criminoso acreditava que a morte pareceria natural.

Prisão e confissão

Paulo da Silva de Oliveira, de 29 anos, confessou o crime e está preso. Crédito: Divulgação

O corpo foi encontrado dois dias depois, na manhã do dia 25 de julho, por funcionários do posto. Já no sábado (26), Paulo da Silva de Oliveira foi preso em flagrante após invadir uma casa em Costa Bela, na Serra, portando uma faca. Ele afirmava ter um relacionamento virtual com um morador, mas foi contido pelos residentes e entregue à polícia.

A Polícia Civil aproveitou a prisão para acelerar as investigações e impedir que o suspeito fosse solto, já que ele é natural do Amazonas, região de difícil acesso, o que poderia dificultar nova captura caso fugisse. O mandado de prisão pelo latrocínio foi cumprido enquanto ele ainda estava detido.

Durante o interrogatório, Paulo inicialmente negou o crime, mas confessou após ser confrontado com as provas. Ele relatou com detalhes o que havia feito e confirmou que matou o empresário para obter dinheiro e pertences.

Entre os itens levados, estavam o celular e um cordão de ouro, que ele disse ter vendido por R$ 850 a um ourives na Serra. O celular foi recuperado, mas o cordão não.

Tentativas de saque

As investigações também mostraram que o criminoso não conseguiu movimentar grandes valores da conta da vítima. Segundo o delegado, muitas das transações foram bloqueadas pelos aplicativos bancários, que passaram a exigir códigos de verificação enviados ao segundo celular de Carlos, que estava em sua casa.

“Por isso ele ficou tanto tempo com a vítima, frustrado por não conseguir concluir as transferências”, explicou o delegado Ramiro.

Histórico e relação com a vítima

Paulo da Silva de Oliveira chegou ao Espírito Santo há cerca de um ano, vindo do Amazonas. Ao chegar, trabalhou inicialmente como motorista de aplicativo e, depois, como garçom em um bar na região de Valparaíso, na Serra, local onde conheceu o empresário.

De acordo com a Polícia Civil, Paulo não possuía antecedentes criminais registrados no Espírito Santo antes do crime, e a única passagem dele até então era a prisão em flagrante por invasão de domicílio.

Relembre o crime contra o empresário da Serra

Carlos José Pereira era um empresário tradicional na Serra, dono de um restaurante na Serra Sede há mais de 30 anos, conforme informado pelo Portal Tempo Novo. Ele morava sozinho, não era casado e nem tinha filhos.

O desaparecimento levantou suspeitas entre amigos e familiares, que estranharam o fato de o restaurante permanecer fechado por dois dias. Um amigo de Carlos, que atua na Guarda Municipal de Vitória, verificou câmeras de videomonitoramento e constatou que o carro do empresário havia passado pela Ponte da Passagem, em direção à Reta da Penha, local próximo ao posto onde o corpo foi encontrado.

Na época, o corpo estava no banco do carona, coberto com um lençol, e sem sinais aparentes de violência. As investigações agora comprovam que o empresário foi drogado, roubado e asfixiado até a morte dentro do próprio veículo.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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