A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) prendeu dois homens investigados pelo assassinato de Claudiomar Costa Souza, de 39 anos, conhecido como “Biguá”. O crime aconteceu no dia 19 de maio deste ano, e o corpo da vítima foi encontrado dois dias depois, em uma plantação de eucaliptos na região de Nova Almeida, na Serra.
De acordo com as investigações, a motivação do crime está ligada a uma desavença entre a vítima e os suspeitos, envolvendo uma briga em um bar e uma disputa relacionada à pesca. Os presos foram identificados como Dário Alves de Oliveira, de 51 anos, conhecido como “Ceará”, e Charme Santos de Souza, de 40 anos. Ambos foram detidos na região de Jacaraípe, também na Serra, nos dias 25 e 30 de junho, respectivamente.
O crime
Segundo as investigações, na manhã do crime, Biguá saiu de casa por volta das 10h para beber em um bar na região de Lagoa de Jacaraípe. No local, encontrou Charme e Dário, que também consumiam bebidas alcoólicas. “Os três começaram a consumir bebidas e jogar sinuca. Durante o tempo no bar, houve um desentendimento entre Biguá e Charme, que, por uma futilidade, teria ameaçado agredi-lo. Isso foi o que levou os homens a planejar a morte da vítima”, explica Paulo Ricardo Gomes, adjunto da DHPP da Serra.
Ainda de acordo com a PC, após o desentendimento, os suspeitos convenceram a vítima a deixar o estabelecimento e seguir com eles em um veículo. Durante o trajeto, Charme, que estava no banco do carona, pediu para que Dário, condutor do veículo, desviasse por uma estrada vicinal. Em seguida, o homem atacou a vítima com uma faca, desferindo um golpe na clavícula, o que fez com que a vítima perdesse muito sangue.
Após o crime, os dois esconderam o corpo em uma área isolada, próximo à Nova Almeida, e o cobriram com sacolas e vegetação. Depois, retornaram ao bar, onde Charme teria confessado a participação no homicídio. Em seguida, retornaram ao bar como se nada tivesse acontecido. Ainda naquele dia, Charle teria confessado o crime informalmente a pessoas próximas.
Investigações e prisão
O histórico dos acusados chamou a atenção da polícia. Dário, que havia sido demitido de um emprego na Serra apenas um dia antes do crime, costumava frequentar a Lagoa de Jacaraípe para pescar e beber. Já Charme tinha antecedentes criminais e era conhecido por ameaçar pessoas com faca. Além disso, possuía passagem pela polícia da Bahia, onde esteve envolvido em um homicídio com características semelhantes.
No dia seguinte ao assassinato, Dário iniciou sua fuga, utilizando o mesmo veículo do crime. Ele viajou até a região noroeste do Espírito Santo, chegando ao município de Águia Branca, onde permaneceu por alguns dias e depois seguiu em direção a Rondônia. “Durante as investigações, descobrimos que Dário voltaria para a Serra no dia 25 de junho para receber uma rescisão contratual, e foi nessa data que conseguimos localizá-lo e prendê-lo”, explica o delegado.
Durante a investigação, foi solicitado à perícia a avaliação do veículo, e, ao analisá-lo, foram encontrados vestígios de sangue. A perícia revelou que o sangue encontrado no teto do veículo era compatível com o DNA da vítima, confirmando a autoria do crime. Além disso, o sistema de Cerco Inteligente do Governo do Estado também contribuiu para a investigação, permitindo localizar o veículo utilizado pelos suspeitos durante a fuga.
Após a prisão de Dário, Charme foi preso cinco dias depois, no dia 30 de junho, também na região de Jacaraípe. Os homens foram indiciados por homicídio qualificado, motivado por futilidade e pela maneira como o crime foi cometido, dificultando a defesa da vítima e agindo dissimuladamente.

