Dois animais de rua são encontrados mortos em menos de 48h na Serra; já são cinco casos na região

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Reprodução Leitor Tempo Novo

Outros dois animais de rua foram encontrados mortos na Serra desde sexta-feira (7), ambos com sinais de envenenamento. Um cachorro em Novo Porto Canoa e uma gata em Serra Dourada III.

Com esses, sobe para cinco casos registrados em uma semana. O Jornal Tempo Novo noticiou nesta semana a denuncia da ONG Ação Animal ES em que três cães foram mortos supostamente por envenenamento no bairro Civit I. Vale ressaltar que geograficamente, os três bairros citados acima são próximos.

De acordo com a tutora da gata, que prefere não se identificar por questões de segurança, moradores do bairro Serra Dourada III suspeitam de uma mulher que coloca veneno para matar ratos. “Ela diz que põe girassol para matar ratos, mas sabemos que é mentira, pois outros animais aparecem mortos.”

Já o tutor do cachorro, morador de Novo Porto Canoa, que também prefere não se identificar, conta que há algum tempo cães têm morrido misteriosamente na região. “Da minha casa, foram quatro cachorros mortos, todos com o abdômen distendido e sinais de envenenamento. Quando vi a denúncia da ONG, pensei que pode não se tratar de uma coincidência.”

Segundo o tutor, no último caso, o cão dele saiu para fazer xixi e sumiu por um tempo. Em seguida, foi encontrado em um terreno baldio, convulsionando. “Os animais não podem nem sair para passear, pois correm o risco de voltar mortos. Fizemos uma ronda na região e encontramos uma linguiça próxima a ele, que suspeitamos estar envenenada.”

O que diz a Polícia Civil?

A Polícia Civil informou, por meio de nota, que não há registros oficiais de envenenamento de animais no município. Em situações em que não há detidos em flagrante, como neste caso, é fundamental que a vítima registre o ocorrido junto à Polícia Civil. Isso permite que as autoridades tenham conhecimento do fato e iniciem as investigações cabíveis.

O registro pode ser feito presencialmente em uma delegacia ou por meio da Delegacia Online.

Para que seja possível comprovar a materialidade do crime de envenenamento, é necessário conservar o corpo do animal. O procedimento correto é o seguinte:

  • Registrar o Boletim de Ocorrência (BO) imediatamente;
  • Encaminhar o corpo do animal diretamente para a perícia;
  • Caso seja fim de semana ou haja demora na confecção do BO, o corpo deve ser congelado.

“Sem o corpo preservado, não é possível realizar o exame toxicológico, o que impede a comprovação da materialidade do crime e prejudica a investigação. Muitas vezes, o animal é enterrado ou descartado no lixo, e o tempo até a realização da perícia pode causar putrefação, alterando a composição química do corpo. Isso pode resultar em falsos positivos ou falsos negativos nos exames”, explica o delegado Leandro Piquet, responsável pelo Núcleo de Proteção Animal da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DEPMA). 

Relembre a denúncia

A ONG Ação Animal denuncia três casos de animais que morreram envenenados no bairro industrial Civit 1, na Serra. Os casos, que envolvem um cachorro e duas cadelas de rua, foram registrados em menos de uma semana.

Em conversa exclusiva com a equipe de reportagem do Portal Tempo Novo, a voluntária da ONG, Cláudia Morais, conta que há tempos vem alertando sobre o aumento da quantidade de animais de rua na região, mas que recentemente diversos cães têm desaparecido. “Eles simplesmente somem e depois aparecem agonizando ou já mortos”, explica.

Desde o último sábado (1º), três animais foram encontrados mortos com sinais de envenenamento. Segundo Cláudia Morais, nenhum deles apresentava marcas de agressões ou atropelamento — apenas abdômen distendido, sangramentos e convulsões.

Foto de Jady Oliveira

Jady Oliveira

Jady Oliveira é repórter do Portal Tempo Novo, onde cobre temas variados com foco em notícias policiais e acontecimentos do dia a dia na cidade da Serra.

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