Desmatamento faz dengue, zika e chikungunya crescerem, aponta ONU

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Desmatamento flagrado no último dia 21 de setembro em Costabela, entre Jacaraípe e Nova Almeida: Foto: Divulgação/Polícia Ambiental

 

Desmatamento flagrado no último dia 21 de setembro em Costabela, entre Jacaraípe e Nova Almeida: Foto: Divulgação/Polícia Ambiental

A redução de florestas ou outras paisagens naturais como cerrados, caatingas, manguezais, restingas e brejos não só pioram problemas como aquecimento global, falta d’água e perda da biodiversidade. O desmatamento também facilita a proliferação, em áreas urbanas, de mosquitos transmissores de doenças infecciosas. O resultado é o avanço de doenças como dengue, malária, zika, chikungunya, febre amarela, entre outras.

Essa é uma das conclusões do Relatório de Biodiversidade da ONU, divulgado ainda no 1º semestre deste ano, que analisou mais de 15 mil pesquisas científicas e informações governamentais durante três anos.

Segundo a Fundação Boticário, no Brasil, presença de doenças transmitidas por mosquitos dobrou em 30 anos. “Os bens e serviços fornecidos pela natureza são os fundamentos definitivos da vida e da saúde das pessoas. Em ambiente natural, com florestas intactas, mamíferos, répteis, aves e insetos se autorregulam. O desmatamento, somado à expansão desordenada das áreas urbanas, faz com que os animais migrem para as cidades. No caso dos mosquitos, que são vetores de muitas doenças, a crise climática e o aumento da temperatura também trouxeram condições favoráveis à reprodução desses indivíduos. Nas cidades, eles passam a se alimentar também do sangue das pessoas, favorecendo a transmissão de enfermidades”,  detalha a gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Leide Takahashi.

Avanço de doença na Serra

Na Serra, por exemplo, em 2019 há avanço exponencial de uma das doenças transmitidas por mosquito: a dengue. Até o último dia 10 de outubro, a enfermidade havia atingido 16.475 pessoas (com 10 mortes), um aumento de mais de 1.200% em relação ao mesmo período de 2018.

É bom frisar, porém, que não há registro de desmatamento expressivo no município nos últimos meses e nem estudo local que correlacione destruição do meio ambiente à alta incidência de dengue. Mas, gradualmente, áreas verdes vêm sendo reduzidas, alagados aterrados, manguezais, restingas e áreas de mata Atlântica cortadas na Serra.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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