Em meio a muito bate-boca, os 65 parlamentares que compõem a Comissão Especial do Impeachment, na Câmara dos Deputados, aprovaram, por 38 votos contra 27, o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que sugere a abertura do processo que pode resultar na saída da presidente Dilma Rousseff nas próximas semanas. O resultado da votação será lido no plenário nesta terça-feira (12) na e publicado no Diário Oficial da Câmara na quarta-feira (13).
Com este resultado, e segundo cálculos de parlamentares, a votação sobre o impeachment deve ter início na sexta-feira (15) e prossegue até domingo (17). Para que o processo possa seguir para o Senado, onde também deverá ser analisado, é necessário o voto favorável de 342 dos 513 deputados federais.
Com este revés, o Governo fica em alerta sobre o que se seguirá aos próximos dias. O movimento pró-impeachment está ganhando a adesão até de parlamentares tidos como aliados e dividindo bancadas.
Um dos deputados capixabas, Lelo Coimbra (PMDB), é membro da comissão que aprovou o relatório em favor do andamento do processo de impeachment. Ele usou as redes sociais para comentar o resultado da votação. Além de Lelo, o deputado Evair de Melo (PV) também compõe o grupo.
“O relatório foi aprovado com certeza e bom encaminhamento de cada líder ao longo desses dias de debate. Teremos 342 votos a favor, ou mais, e com isso vamos consolidar este processo de construção de um novo programa político para o Brasil, que possa reordenar a economia”, disse o deputado peemedebista.
Já o deputado Givaldo Vieira (PT) lamentou. “A Câmara dos Deputados deu um passo nesta semana decisiva em direção ao golpe. Mas a vitória aparente não é definitiva, pois não alcançaram os 2/3 na comissão. E a aparente vitória vai se configurar em derrota no domingo. Pois tenho certeza de que manifestações tomarão conta do Brasil, a favor da democracia e da Constituição, contra o golpe”, avaliou o petista.
O deputado Sérgio Vidigal (PDT) ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto após a votação do relatório. Entretanto, tem se posicionado favorável à saída da presidente.
Carlos Manato (SD) comemorou o resultado. “Agora, vamos até domingo para retirar a presidente Dilma. Ganhamos esta primeira batalha; agora vamos juntos para vencer mais uma. O Espírito Santo está aqui. Estamos representando vocês”, avisou.
Relatório
De acordo com o relator, Dilma cometeu crime de responsabilidade ao abrir créditos suplementares via decreto presidencial, sem autorização do Congresso Nacional, e em desconformidade com um dispositivo da lei orçamentária que vincula os gastos ao cumprimento da meta fiscal; e ao atrasar repasses para o custeio do Plano Safra, o que obrigou o Banco do Brasil a pagar benefícios sociais com recursos próprios – o que ficou conhecido como pedaladas fiscais.