Deputado alerta para colapso na Educação caso Serra seja obrigada a assumir alunos de escolas estaduais

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Foto: Divulgação
Alunos de escolas do Estado podem ser transferidos para unidades de ensino da Serra. Foto: Divulgação

Um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) do Tribunal de Contas (TCE-ES) que obriga as prefeituras – inclusive a da Serra – a assumirem, já em 2023, todas as turmas das séries iniciais do Ensino Fundamental – que atualmente estão nas escolas estaduais – está causando polêmica. Isso porque o deputado estadual, Sergio Majeski, ingressou com uma Representação no Ministério Público do ES para que a transferência da responsabilidade dos alunos seja suspensa.

Na prática, a Serra, por exemplo, teria que assumir a responsabilidade por quase seis mil alunos que atualmente são de escolas estaduais. Isso geraria um considerável aumento no gasto com a Educação municipal, que atualmente já tem 72 mil alunos. Seria necessário, inclusive, a contratação de novos professores e demais profissionais.

A migração envolve 39 municípios e reproduzindo as matrículas do ano letivo vigente (com 17.292 crianças) para 2023, poderá levar quase 20 mil alunos às redes municipais de educação.

O deputado alerta que os municípios já estão sobrecarregados no que tange a manutenção do ensino de qualidade, inclusive, segundo o parlamentar, muitos deles não estão dando conta sequer de pagar o piso nacional do magistério.

“Absorvendo mais esse quantitativo de alunos oriundos do Estado, quando é que essas prefeituras vão conseguir pagar o piso aos professores? Qual é o planejamento estrutural que está em andamento para não prejudicar os alunos e as famílias? Qual investimento será realizado para dar conta da ampliação repentina das matrículas? O TAG apresenta termos draconianos devido às exigências que faz aos municípios e ao Estado. A maioria dos municípios não tem condições de atingir as obrigações”, destaca Majeski.

Sergio Majeski pede suspensão da transferência de alunos. Foto: Divulgação

No pedido de paralisação do TAG, Majeski inclui a necessidade de ajuste no prazo para cumprimento dos objetivos definidos; que sejam realizadas audiências públicas e discussões nas esferas públicas envolvidas e com a comunidade escolar; e que haja aval dos conselhos estadual e municipais de educação e das organizações representativas da sociedade civil para que o instrumento de controle seja devidamente elaborado de forma adequada à realidade do Estado e dos municípios capixabas.

Dos 39 municípios envolvidos no processo de migração, Serra, Cariacica e Santa Maria de Jetibá, São Mateus, Venda Nova do Imigrante, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares são, respectivamente, os que mais vão receber alunos.

Confira a quantidade de alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental que estão atualmente nas escolas do Estado em cada município:

  • Serra: 5.830
  • Afonso Cláudio: 426
  • Alegre: 346
  • Alfredo Chaves: 80
  • Barra de São Francisco: 289
  • Boa Esperança: 128
  • Brejetuba: 282
  • Cachoeiro de Itapemirim: 506
  • Cariacica:1.682
  • Colatina: 254
  • Conceição da Barra: 399
  • Domingos Martins: 257
  • Ecoporanga: 266
  • Governador Lindenberg: 333
  • Guarapari: 30
  • Ibiraçu: 31
  • Ibitirama: 144
  • Itaguaçu: 82
  • Itapemirim: 176
  • Itarana: 103
  • Iúna: 140
  • Jerônimo Monteiro: 58
  • Laranja da Terra: 77
  • Linhares: 480
  • Montanha: 52
  • Muniz Freire: 232
  • Muqui: 16
  • Nova Venécia: 169
  • Pancas: 222
  • Pedro Canário: 130
  • Pinheiros: 225
  • Ponto Belo: 20
  • Santa Maria de Jetibá:1.322
  • Santa Teresa: 98
  • São Gabriel da Palha: 209
  • São Mateus: 894
  • São Roque do Canaã: 257
  • Venda Nova do Imigrante: 777
  • Vila Valério: 270
  • Total: 17.292

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Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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