Dengue já adoeceu mais de 10 mil pessoas e matou 2 na Serra em três meses

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dengue morte Serra
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A última grande epidemia que o município enfrentou foi em 2019 quando foram registrados durante o ano 17.316 casos com dez óbitos confirmados. Crédito: Agência Brasil

Mais de 10 mil pessoas adoeceram por conta da dengue na Serra nos primeiros meses de 2023. De acordo com a Secretaria de Saúde da Serra (Sesa) de janeiro a março deste ano, foram registrados 10.129 casos confirmados de dengue no município.

No mesmo período, foram constatadas duas mortes causadas pela doença, e outras três seguem em investigação. A Sesa informou ainda que, entre as mortes investigadas, está a de uma mulher de 54 anos, morta no último dia 22, com suspeita de dengue grave.

A epidemia da doença coloca a Serra na classificação de cidade de médio e risco e os bairros que possuem mais notificações são Feu Rosa, Novo Horizonte, Vila Nova de Colares, Jardim Carapina e Laranjeiras.

Segundo a Superintendente em Vigilância em Saúde da Serra, Gabriela Gabriel de Almeida, o boom de casos tem explicação e acontece de tempos em tempos na cidade.

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A última grande epidemia que o município enfrentou foi em 2019, quando durante todo o ano foram 17.316 casos com dez óbitos confirmados. Antes disso, o ano que apresentou preocupação foi 2013, quando foram contabilizados 10.129 casos com dois óbitos confirmados.

Estudos epidemiológicos mostram que a dengue apresenta um desenvolvimento natural e esperado por ser uma doença endêmica, como também é o caso da dengue, chikungunya e zika, que são consideradas arboviroses e tem tendência a ser cíclica em razão principalmente de um sorotipo circulante e população suscetível.

No caso da dengue o período cíclico é sempre de outubro de um ano a maio do ano seguinte. “O aumento de casos tem relação com o sorotipo circulante na região, que no caso da Serra, é o sorotipo 1 (DENV-1) aliado a questão da população suscetível a contrair a doença. Como que acontece isso? Uma pessoa que pega a dengue fica por um período de seis meses em média ou mais imunizado contra outro sorotipo. Você só pega um tipo de dengue e fica protegido por seis meses mais ou menos dos demais sorotipos, depois disso volta a ficar suscetível”.

A dengue possui 4 sorotipos identificados atualmente: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DEN-V 4. No Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde, identificou a circulação do DENV-2.

“Aqui na Serra, com epidemia ou sem epidemia, sempre coletamos amostras de pacientes e enviamos para o Lacen fazer a análise e desta forma isolamos o vírus. Este ano, há a predominância da circulação do DENV-1 na cidade, o que não significa que os outros tipos da doença não estejam circulando no município também. Em 2019, por exemplo, predominou o DENV-2. Então a grande maioria da população naquela ocasião ficou imunizada contra aquele sorotipo. Quase quatro anos, temos a DENV-1 em circulação”, explica Gabriela.

Além da dengue, é monitorado diariamente os casos de zika que são problemáticos para gestantes e a chikungunya que é uma doença que debilita o paciente e tem tendência de cronificação em determinadas pessoas.

Gabriela alertou que o pano de fundo é sempre o vetor da doença, que é o mosquito Aedes aegypti. “Por isso precisamos da colaboração do cidadão. Se não tiver vetor não tem vírus e a doença não circula. Para evitarmos essa problemática sempre orientamos a população que tenha consciência, que fique de olho em seus quintais, casas e até apartamentos. Pequenas atitudes podem evitar que o mosquito se prolifere, mitigando assim o sofrimento para a população, pois quanto maior o número de casos, maior a tendência de ter a forma da dengue com complicação que vai exigir mais cuidado, algumas vezes com internação que pode até levar a óbito. O cidadão precisa fazer sua parte”.

Tem sintoma? Procure um serviço de saúde

A Secretaria da Saúde (Sesa) orienta que em caso de quaisquer sintomas como febre, dor no corpo, dor articular, dor muscular, dor ao redor dos olhos, dores abdominais, náusea, vômitos, dor de cabeça, inicie imediatamente a hidratação, com ingestão de água, sucos naturais, chás e procure um serviço de saúde mais próximo, e alerte à equipe de saúde em caso de contato com área com mosquito e/ou a suspeição da dengue.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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