De Valparaíso para volta ao mundo em veleiro

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O casal em um mirante em Moorea- Polinésia Francesa

Por Thiago Albuquerque

Imagina você e sua companhia em um veleiro dando a volta ao mundo. Ah, e com a viagem sendo custeada durante o percurso. É assim que o casal Guta Favarato, de Valparaiso, na Serra e o marido Fausto Pignaton, de Vila Velha, decidiram fazer.

Fausto já tinha experiência em velejar.  Foi ao Caribe em um monocasco, o Cabo Horn 35’ (35 pés), construído por ele mesmo. Com essa experiência descobriu que dava para ganhar dinheiro trabalhando como charters, que é o aluguel do barco e até mesmo receber visitantes para passeio embarcado.

Quando Fausto conheceu Guta, já estava terminando a construção do Catamarã 62’, que vendeu logo depois. Então construiu outro Catamarã, dessa vez para dar a volta ao mundo.

Em 2012, depois de mais de 3 anos, finalizaram um veleiro projetado pelo  casal, um Catamarã de 54’, com o nome Guruçá Cat. Em novembro de  2012, os dois saíram de Natal (RN) direto para Tobago. Sem muitos planos e nenhuma pressa para fazer essa grande aventura, eles seguiram para  Venezuela,  Aruba, Curaçao (ilhas  Holandesas) Cartagena  (Colômbia), San Blás, Porto Lindo e Porto Belo ( Panamá).

Na viagem até as ilhas Galápagos, eles tiveram a companhia de mais 6 tripulantes, que além de  companhia, ajudaram a bancar o custo.

“A chegada em Galápagos foi maravilhosa. Uma paisagem de tirar o fôlego, baleias, pássaros que nunca havíamos visto, golfinhos nos escoltando. Era  tanta coisa linda que não sabíamos para onde olhar. Éramos oito pessoas  boquiabertas”, lembrou.

No último contato realizado com o Jornal Tempo Novo, o casal aventureiro se encontrava na Indonésia. Eles têm um site (veja aqui) onde tudo pode ser  acompanhado, como as receitas dos lugares visitados, dicas de viagem e fotos e vídeos .

 

Tufão, peixe com amendoim e até tsunami na rota dos aventureiros

Uma viagem dessas, reserva sem sombra de dúvida muitos imprevistos, perigos e aventuras sem limites .  Guta conta que a situação mais difícil até agora foi pegar um tufão na Micronésia, no percurso para as Filipinas .

“A previsão era que o tufão passaria por cima da ilha que estávamos  e resolvemos ficar no  barco para tentar salvá- lo. Estávamos com risco de perder o nosso único  patrimônio e nossas vidas . Felizmente o tufão desviou e sobrevivemos”, contou.

No Equador eles aprenderam a fazer sagu, um tipo de pirão feito com banana da terra verde ralada, peixe em pedaços e pasta de amendoim salgado.

“Falando os ingredientes parece estranho, mas a combinação de sabores é deliciosa”, lembrou Guta.

Na Venezuela, ao passar por vistorias em muitas ilhas, os fiscais pediam brindes, que eram nada mais, nada menos, que a nossa cachacinha. “Acabou todo nosso estoque”, divertiu-se Guta.

Em Galápagos teve um alerta de tsunami. “Um bote passou avisando os velejadores sobre a vinda de um tsunami. “Ouvi: tsunami, tsunami, saiam o mais rápido possível. Imaginei uma onda gigante chegando a qualquer momento. Só no dia seguinte fomos saber de um terremoto no Chile, mas a onda que chegou em Galápagos foi pequena.  Na hora, minhas pernocas tremiam sem parar, quase tive um treco, sem brincadeira”, disse a aventureira.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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