
Com o intuito de qualificar pessoas em vulnerabilidade social da Serra para inseri-las no mercado de trabalho formal, começa nesta segunda (1) o Qualis Serra. Ao todo são 200 alunos inscritos em 5 cursos. O programa é uma realização da Prefeitura da Serra, através da Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda (Seter), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Desse modo, no esquenta para a aula inaugural, alguns alunos que inclusive estão em situação de rua falaram um pouco sobre a importância do projeto como apoio para sair da vulnerabilidade social.
+ Mais de 2.500 pessoas lotam praça da Serra para assistir a arraiá tradicional
Inclusão da população moradora de rua na Serra
Alecir Monte de Oliveira, de 35 anos, é uma em situação de rua atendidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) da Serra e falou um pouco sobre as aulas.
Leia também
“Cheguei a trabalhar em duas empresas, mas fiquei sem emprego e hoje vivo nas ruas. Porém, há um mês recebo apoio da Prefeitura, no Centro Pop, e agora vou começar um curso profissionalizante. Vou me dedicar e mudar de vida com essa oportunidade,” disse Alecir.
“Tenho uma filha e esse curso vai me ajudar muito com a minha família. Eu também já estou fazendo EJA e quero, após a formatura do Qualis Serra, fazer um curso de computação. Vou mudar de vida”, acrescentou o aluno do Qualis que ai fazer o curso de Soldador TIG.
Além dele, Marcos de Castro, 45 anos também está vivendo em situação de rua, mas agarrou a oportunidade dos cursos profissionalizantes do Qualis Serra. Ele conta que já trabalhou como vigilante, vendedor, porteiro, tem curso de direção de carro-forte, mas, por conta do vínculo familiar interrompido, acabou nas ruas.
“Eu era de São Paulo e fiquei muito mal com minha separação conjugal. Acabei vindo para o Espírito Santo, não consegui emprego e fui viver na rua. Me disseram que no Centro Pop eu teria ajuda e realmente achei. Quando soube do curso, me inscrevi e agora estou confiante de que vou conseguir sair dessa situação”, disse Plinio, que optou pelo curso de Soldador.
Dessa forma, as aulas do Qualis Serra serão ministradas no Senai Serra, em Civit I, nos turnos matutino e noturno. Além disso as turmas são formadas por cerca de 24 alunos cada e terão duração entre dois a cinco meses. A formatura está prevista para dezembro.
São cinco pessoas em situação de rua matriculadas, sendo duas no curso de Caldeireiro, duas nos cursos de Soldador e uma no de Mecânico de Máquinas Industriais.
Mulheres vítimas de violência na Serra
Além das 5 pessoas em situação de rua, há também 10 mulheres vítimas de violência entre os matriculados do Qualis Serra. Egressos do sistema penitenciário e munícipes assistidos pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) também vão estar presentes no curso.
Uma das mulheres vítimas de violência é uma auxiliar de cozinha de 37 anos, que optou pelo curso de Soldador MAG. Com determinação, ela diz que já deixou para trás as agressões físicas e verbais que viveu e agora está em busca da independência financeira.
“Eu passei mais de 10 anos sofrendo violência doméstica e perdi muitas oportunidades, mas estou agora retomando a minha vida. O Qualis Serra é a oportunidade de eu mudar de vida. A maior parte das mulheres vítimas de violência volta para o convívio com o agressor porque não tem como sobreviver financeiramente. Mas eu quero e vou em busca da minha independência financeira”, afirmou.
Objetivo Qualis Serra
O objetivo do programa Qualis Serra é propiciar o acesso a oportunidades no mundo do trabalho através da qualificação profissional. O investimento da prefeitura foi de R$ 377.962,99.
O programa tem como público-alvo moradores do município que estejam desempregados; em vulnerabilidade social; inscritos no Cadastro Único; inscritos no Sine Serra; Pessoas com Deficiência (PCD), beneficiários do aluguel social, egressos do sistema penal, mulheres em situação de violência doméstica, população em situação de rua, adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, alunos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) assistidos pelo Cras, encaminhados pelas Casas de Acolhimento, dentre outros.

