Corpo de morador da Serra é encontrado após mil dias da tragédia da Vale em Brumadinho

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O mecânico Uberlandio Antônio da Silva, natural de Linhares (ES) mas residia junto com a família na Serra, no bairro Parque Residencial Tubarão. Foto: divulgação facebook
O mecânico Uberlandio Antônio da Silva, natural de Linhares (ES) mas residia junto com a família na Serra, no bairro Parque Residencial Tubarão. Foto: divulgação facebook

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) trouxe, nesta quarta-feira (10/11), alento a mais uma família que aguardava pelo reconhecimento de seu ente querido. Trata-se do morador da Serra, um homem de 55 anos à época da tragédia do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, em janeiro de 2019. Ele foi identificado por meio de exames de DNA após 1.021 dias de missão.

O mecânico Uberlandio Antônio da Silva, natural de Linhares (ES) mas residia junto com a família na Serra, no bairro Parque Residencial Tubarão. Ele foi localizado pelo Corpo de Bombeiros Militares de Minas Gerais (CBMMG), no último dia 2/10, quando foi encaminhado ao Instituto Médico Legal Dr. André Roquette (IMLAR), em Belo Horizonte.

Uberlandio era casado e trabalhava em uma empresa terceirizada chamada Empitec, que presta serviço à Vale. Ele atuava como mecânico em empilhadeiras.  Conforme destaca a diretora do Instituto de Criminalística (IC) da PCMG, perita criminal Carla Vieira, trata-se de um trabalho minucioso e complexo desde a fase inicial. “Seguimos um protocolo técnico para identificar de forma qualificada e com confiabilidade essas joias, para assim trazer uma resposta às famílias”, diz.  Joias são como os familiares se referem aos entes perdidos.

 Procedimentos

“É um processo que pode levar um tempo porque temos de repetir os exames várias vezes, comparando com o material genético dos familiares, até termos a certeza de que se trata daquele indivíduo”, explica o perito criminal Higgor Dornelas.

Ainda de acordo com Dornelas, o procedimento rigoroso atesta que se trata de uma nova identificação e não uma reidentificação, como pode ocorrer em muitos casos. “Até o momento, já analisamos mais de mil amostras e continuamos trabalhando com outros 20 a 30 materiais”, adianta.

A perita criminal Ângela Romano, que esteve no ponto de localização do corpo para os exames iniciais, afirma que, em muitos casos, objetos e vestuários particulares podem dar indicativos para a identificação formal, o que tende a ser mais raro na atual fase de resgate. “As roupas, adereços, alianças e outros elementos de uso pessoal que as famílias nos informam podem sim indicar uma possível identificação. Contudo, sempre obedecemos às três fases de reconhecimento: impressão digital, odontologia legal e, por fim, exame de DNA”, esclarece.

Esta é a 263ª identificação realizada pela PCMG. Restam sete joias a serem identificadas. O rompimento da barragem da Vale S.A. em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, tirou a vida de 272 pessoas – duas estavam grávidas- e gerou uma série de impactos sociais, ambientais e econômicos na bacia do Rio Paraopeba e em todo o Estado de Minas Gerais. O Corpo de Bombeiros segue incansável nas buscas.

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Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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