
Em uma aventura que desafia os limites físicos e emocionais, Rosane Pereira e Rogéria Quintão, duas amigas e moradoras da Serra, embarcaram em uma jornada de bicicleta com destino à cidade de Silvânia, em Goiás.
O trajeto, que cobriu impressionantes 1.500 quilômetros com 19 mil metros de altimetria, foi mais do que uma simples viagem – foi uma demonstração de força, recuperação e a realização de um sonho. As serranas saíram da Serra, no dia 17 de janeiro e chegaram a Goiânia no dia 8 de fevereiro.
A viagem durou exatos 19 dias e Rosane, impulsionada pelo desejo de visitar sua cidade natal, Goiânia, e rever sua mãe em Silvânia, viu na cicloviagem uma oportunidade de realizar um sonho. A jornada, no entanto, não foi fácil. Além dos desafios naturais de percorrer tantos quilômetros, enfrentando morros e serras, Rosane e Rogéria lidaram com condições extremas de temperatura, que chegaram a afetar seus equipamentos e exigiram cuidados especiais para evitar a desidratação e outros riscos à saúde.

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“Planejamos tudo e quando completei 4 meses de tratamento pegamos a estrada. Foi Show. Como em outras viagens, procuramos nos preparar, pensando em tudo. Inclusive, estava nos planos chegar antes do dia 06 para que a amiga pudesse estar com seus familiares e comemorar seu aniversário. Já imaginaram, que presentão!? Para nós ciclistas isso é muito importante”, disse Rogéria.
Rogéria conversou com o Tempo Novo e para ela, a viagem teve um significado ainda mais profundo. Após ser diagnosticada com trombose profunda na perna direita em setembro do ano passado e iniciar um tratamento que incluía anticoagulantes, aceitar o desafio de acompanhar sua grande amiga nesta aventura foi uma decisão carregada de coragem e determinação. Consciente dos riscos, mas motivada, Rogéria viu na viagem uma chance de superação.
A preparação para a viagem foi meticulosa, com um planejamento que levou em consideração todos os possíveis desafios, desde as condições climáticas extremas até a necessidade de manutenção das bicicletas. Durante a viagem, as ciclistas enfrentaram temperaturas altíssimas, que demandaram uma hidratação constante e o uso de soluções hidratantes para manter a saúde, especialmente importante para Rogéria devido à sua condição médica.
Apesar dos desafios, incluindo a necessidade de substituir peças das bicicletas devido ao calor intenso e às condições do terreno, o espírito de equipe e a determinação das amigas as mantiveram firmes em sua jornada.
“Enfrentamos altas temperaturas. Sensação térmica de 40, 50 e até 60 graus a ponto de descarregar lanternas, baterias e até meu telefone resetar”, conta Rosane.
A rota escolhida pelas aventureiras as levou através de paisagens deslumbrantes, incluindo vastas plantações de soja e milho e encontros memoráveis com a fauna local, como araras e tucanos. Momentos de temor, como enfrentar tempestades severas, se misturaram com a alegria de superar cada obstáculo e se aproximar do objetivo final.
“Ficamos encantadas quando começaram aparecer as plantações de soja, milho, fiquei louca. Filmava e tirava fotos maravilhada com aquilo tudo. Meus olhos perdiam de vista aquele tapete verde. Já havia visto na televisão, mas nunca pessoalmente. Balé de Araras voando sobre nossas cabeças enquanto pedalávamos! Tucanos! Show 0800. Além disso, pude conhecer um fruto nativo do serrado, adocicado, mais parecido com fruta de conde. Lá chama a fruta de Araticum”, disse Rogéria.
A chegada a Silvânia foi um momento de grande emoção, marcado pela realização de um sonho e pela gratidão por terem superado juntas tantos desafios. A estadia em Silvânia permitiu que Rosane e Rogéria descansassem e celebrassem com a família, antes de continuar até Goiânia e, posteriormente, retornarem ao Espírito Santo, carregando consigo as memórias de uma aventura.
“Emoção muito grande chegar lá pedalando sustentadas, pela fé e o arroz com feijão. Descansamos curti minha família por 4 dias em casa. Depois seguimos para Goiânia, na casa de meu Pai. Descansamos mais um dia e curti meu pai e minha família, retornamos de ônibus, foram dois dias de viagem”.
Esta não foi a primeira viagem das amigas para fora do Espírito Santo. Em 2020, elas foram pedalando da Serra à Aparecida, em São Paulo.
Veja as pedaladas das serranas detalhadamente:
- 1º dia
Serra x Colatina 121km
- 2º dia
Colatina x Resplendor 92 km
- 3º dia
Resplendor x Governador Valadares
135 km
- 4º dia
Governador Valadares x Sardoá
69 km
- 5º dia
Sardoá x Virginopolis
53 km
- 6º dia
Virginopolis x Sabinópolis
60 km
- 7º dia
Sabinópolis x Serro
48,50 km
- 8º dia
Serro x Datas
57 km
- 9ֻº dia
Datas x Vila Alexandre Mascarenhas
55,80 km
- 10º dia
Vila Alexandre Mascarenhas x Curvelo
48,80 km
- 11º dia
Curvelo x Felixlândia
63 km
- 12º dia
Felixlândia x Três Marias
82,70 km
13º dia
Três Marias x Luislândia do Oeste
53,20 km
- 14º dia
Luislândia do Oeste x João Pinheiro
85,86 km
- 15º dia
João Pinheiro x Paracatu
107,58 km
- 16º dia
Paracatu x Cristalina _Go atravessamos a divisa Minas Gerais x Goiás
106,07 km
- 17º dia
Cristalina x Luziânia
77,93 km
- 18º dia
Luziânia x Silvânia Casa de minha Mãe
127,23km
- 19º dia
Silvânia x Goiânia
87,35 km

























































