Centro Acadêmico de Direito desmente Ufes e cobra medidas emergenciais

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O Centro Acadêmico do curso de Direito da Ufes emitiu uma nota na manhã desta segunda-feira (10) exigindo rápida investigação por parte da Administração Central da Universidade, que envolva o efetivo de segurança interno e as polícias civil e militar. Além disso, afirmou também que o caso não tem relação com uma situação específica de uma aluna, diferente do que a Universidade afirmou em nota oficial.

A nota foi publicada após ameaça de atentado na Universidade – no Campus de Goiabeiras, em Vitória. De acordo com informações, após as ameaças serem expostas por alunos, acarretou em um verdadeiro pânico entre os estudantes, que deixaram os prédios da Ufes as pressas; enquanto os trabalhadores se trancaram em salas por conta da ameaça.

Na nota, o Centro Acadêmico do Curso de Direito, onde se iniciou o corre-corre, lamenta o grave fato e se solidariza aos estudantes e à turma diretamente envolvida que viveram o momento de violência, “que jamais deve ser repetida, e agradecemos aos docentes que agiram rapidamente para a proteção dos estudantes”, disse a nota.

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“Essa situação demanda uma revisão do nosso sistema de segurança, bem como o treinamento e estratégias individuais e coletivas de autoproteção. Necessitamos de um Plano de Segurança que seja construído junto a toda comunidade acadêmica da Ufes”,  continua a nota. O centro pede ainda que as pessoas evitem frequentar a Ufes nesta segunda (10) e compartilhar fotos, vídeos ou prints sobre o caso.

A nota ainda desmente a informação repassada oficialmente pela Universidade de que a ameaça teria relação com uma questão específica envolvendo uma aluna. “Informamos, ainda, que não se trata de um caso de violência doméstica ou familiar, nem há conexão entre as vítimas e a pessoa violadora”. O centro termina a nota dizendo que as escolas do ES e do Brasil estão sob alerta diante dos que tentam causar o terror. “Acreditamos que além da Operação Escola Segura, do Ministério da Justiça e Segurança Pública e das Polícias Civis, que visa prevenir e reprimir as ações no ambiente escolar, também precisa alcançar os campi da Ufes”.

De acordo com estudantes que estão na universidade, a situação começou após relatos de que uma menina armada com uma faca e seu namorado estariam entrando em prédios da Ufes. Logo em seguida, o caos se instaurou no local. Os funcionários se trancaram em salas e os alunos foram avisados para deixarem o Campus. A Polícia Militar também teria sido acionada e a entrada de pessoas estaria proibida no local.

Uma aluna da Serra – que estuda no Campus de Goiabeiras – conversou com o Jornal Tempo Novo e afirmou que a situação era de pânico na Ufes. “Eu estava lá no momento e todo mundo começou a sair correndo após o boato circular no Campus todo”, disse.

A aluna disse ainda que não houve nenhum protocolo para a liberação dos estudantes. Os professores teriam apenas liberando e, no momento, muitos se jogaram no chão e tentaram se esconder. O Jornal Tempo Novo demandou a Polícia Militar e a Ufes para obter mais informações. Assim que as demandas forem respondidas, o texto será atualizado com as informações.

O que disse a Ufes: Em nota, a Administração Central da Ufes informou que na manhã desta segunda feira, 10, foi verificada “uma suspeita de ameaça a uma estudante”, no campus de Goiabeiras. Os seguranças que atuam na Ufes e a Polícia Militar foram acionadas e imediatamente compareceram  ao local. As informações disponíveis até o momento é de que se “trata de um incidente isolado”, não havendo relação com a Universidade ou com sua comunidade. A estudante foi protegida e encaminhada para cuidados imediatos. O suposto agressor não foi localizado e a Diretoria de Segurança e Logística da Universidade continua apurando a situação. As atividades no campus de Goiabeiras estão mantidas.

É importante destacar que fazer ameaças de atentados é considerado crime e está tipificado no Código Penal Brasileiro. Segundo o artigo 147, ameaçar alguém, por palavra, escrito, gesto ou qualquer outro meio, de causar-lhe mal injusto e grave, pode resultar em detenção de um a seis meses ou multa. Além disso, mesmo que motivado pela preocupação e o medo, é importante ressaltar que a disseminação de boatos e informações falsas também pode ser considerada um crime, conforme o artigo 138 do Código Penal, que prevê pena de detenção de um a seis meses ou multa para quem caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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