Casos suspeitos de intoxicação por metanol sobe para 3 na Serra

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Foto: divulgação

A Secretaria de Saúde da Serra (Sesa) confirmou nesta segunda-feira (6) que os três casos de suspeita de intoxicação por metanol, que estavam sendo monitorados, são de pacientes da própria Serra. Inicialmente, a Secretaria havia informado que os casos eram em Viana e Vitória, mas corrigiu a informação. Atualmente, há sete notificações em cinco municípios: Serra, Vila Velha e Guaçuí.

Agora, a cidade da Serra soma quatro suspeitas de intoxicação. Neste fim de semana, uma pessoa chegou a ser internada com sintomas, porém, após exames, a suspeita foi descartada. Os três pacientes em acompanhamento ingeriram bebidas alcoólicas e, mesmo com exames clínicos negativos, permanecem em observação por 24 horas, conforme protocolo do Ministério da Saúde.

Segundo a Secretaria da Saúde (Sesa), a notificação ocorre assim que o paciente dá entrada em um serviço de saúde, público ou privado. A pasta reforça não haver casos confirmados de intoxicação por metanol no Estado.

Orientações aos moradores

A Sesa orienta que qualquer pessoa que apresente sintomas como tontura, náusea, vômitos, visão embaçada ou dificuldade para respirar após ingerir bebida alcoólica procure imediatamente atendimento em Pronto-Atendimento (PA) ou Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).

Também é possível entrar em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Espírito Santo (Ciatox-ES), disponível 24h, pelo telefone 0800 283 9904.

Risco do consumo de metanol

O metanol é um álcool altamente tóxico, usado como solvente industrial e combustível. Diferente do etanol – presente em bebidas alcoólicas comuns – o metanol não deve ser ingerido, pois mesmo pequenas quantidades podem causar intoxicação grave, cegueira e até morte.

De acordo com a médica toxicologista Rinara Angélica de Andrade Machado, do Ciatox-ES, as principais fontes de intoxicação são:

  • Consumo de bebidas alcoólicas adulteradas;
  • Manipulação incorreta de solventes, combustíveis ou produtos químicos;
  • Ingestão acidental, quando confundido com água ou outra bebida.

Entre os sintomas estão náuseas, vômitos, dor abdominal, dor de cabeça intensa, tontura, alterações visuais (como visão turva ou perda da visão), respiração acelerada, convulsões e perda de consciência.

“A intoxicação por metanol pode levar à cegueira permanente e até ao óbito”, alerta a médica.

Prevenção

A especialista reforça alguns cuidados fundamentais:

  • Não consumir bebidas de origem duvidosa, sem rótulo ou vendidas em locais informais;
  • Verificar lacres e embalagens antes do consumo;
  • Evitar destilados artesanais sem procedência comprovada;
  • Adquirir bebidas somente em estabelecimentos confiáveis e legalizados;
  • Redobrar atenção em festas e eventos informais.

“Em caso de suspeita de intoxicação, a pessoa deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo e, se possível, levar a embalagem ou amostra da bebida ingerida”, orienta Rinara.

Medidas da Secretaria de Saúde

A Secretaria da Saúde publicou três notas técnicas e um alerta para reforçar a prevenção e orientar profissionais e estabelecimentos:

  • Alerta nº 01/2025 (02/10): direcionado aos profissionais de saúde para atendimento de casos de intoxicação exógena por metanol;
  • Nota Técnica Conjunta nº 008/2025: recomenda manejo clínico e notificação imediata de casos suspeitos após consumo de bebidas adulteradas;
  • Nota Técnica nº 07/2025: traz orientações para aquisição e comercialização de bebidas, com foco na prevenção de adulterações;
  • Nota Técnica nº 008/2025: reforça a fiscalização da regularidade e rastreabilidade dos produtos.

Foto de Guilherme Marques

Guilherme Marques

Guilherme Marques é jornalista e atua como repórter do Portal Tempo Novo.

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