Casal faz sucesso vendendo geladinho gourmet de bicicleta na Serra

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Os Geladinhos do Gourmet são produzidos na casa do casal Diego e Alinc, em Novo Porto Canoa. Foto: Fernanda Lira

Um casal da Serra está se destacando no ramo alimentício vendendo geladinhos gourmet. Os Geladinhos Maktub Gourmet, produzidos pelos microempreendedores Diego Barbosa dos Santos e Alinc Santos de Oliveira surgiram por meio de um conselho assertivo do pai de Alinc.

Segundo a empreendedora o pai dela antes de falecer, a aconselhou a abrir seu próprio negócio e ela assim o fez e há três anos, a renda obtida com a venda dos geladinhos é que tem mantido o sustento da família.

O Maktub oferece mais de 30 sabores de geladinhos – receitas criadas exclusivamente por Alinc. “Quando comecei peguei muitas receitas em e-books, com o tempo fui me especializando e fazendo as minhas próprias misturas e criações. Nosso maior diferencial é a qualidade. Usamos produtos de marca boa. Estou sempre antenada para fazer e levar o melhor para meus clientes. A gente precisa sobreviver, mas o amor também tem que estar envolvido no nosso trabalho”, destaca.

Os valores dos chup chup variam de R$ 3,50 a R$ 5. “É possível fazer algo lindo dentro dessas sacolinhas. E todos os meus produtos são feitos com muito carinho e cuidado”.

E tem para todos os gostos, inclusive linha fit para quem está de dieta e zero lactose, para quem alergia a derivados do leite. “Temos sabores de mousse de frutas, alguns com Nutella outros com casquinha de chocolate, também fazemos somente com polpa da fruta e temos linha zero lactose e fit. Futuramente queremos investir nos geladinhos alcoólicos”.

A produção do casal é toda feita dentro da casa que moram, que fica em Novo Porto Canoa. “Não temos um ponto comercial, nosso ponto alto é o delivery. Fazemos algumas vendas diretas com pessoas que vem aqui em casa comprar”, conta.

O marido Diego, auxilia na produção e é ele quem faz as entregas dos produtos. “Quando perdi o emprego decidi investir nos geladinhos, que hoje são nossa única fonte de renda, moramos de aluguel e temos dois filhos. Um de 10 e outro de 2 anos, nossas riquezas. Minha esposa é guerreira, acorda cedo todos os dias. Cuida da casa, das crianças, lava roupa e passa o resto do dia na produção de geladinhos. Ela é o coração de tudo. Eu auxílio na produção, nas embalagens e nas entregas que faço com uma bicicleta emprestada”, afirma Diego.

Segundo Alinc, as linhas que mais vendidas são a Supreme e Diamond. “E é com o dinheiro da venda desses produtos todos, que pagamos nosso aluguel e sustentamos nossos dois filhos”.

De acordo com Alinc o nome dos geladinhos vem do significado de Maktub, estava escrito ou tinha que acontecer. “Esse nome veio com as dificuldades que enfrentamos, a insistência de investir no nosso próprio negócio, quando algo meio que vinha para fazer a gente desistir, a gente insistia, jamais desistimos. Sempre vem a minha cabeça o conselho de meu pai que foi o maior incentivador disso tudo”.

Antes de investir nos geladinhos, Alinc trabalhava como balconista e Diego num hortifruti onde ele era uma espécie de ‘faz tudo’.

Alinc conta que a maior dificuldade do casal hoje é a locomoção. “Para não perder venda, usamos a bicicleta emprestada de uma amiga, as vezes quebra alguma peça e atrasa uma entrega ou outra. A situação das ciclovias, em locais que possuem, também não ajuda. Locais que são mais distantes também complica demais para entregar. Temos um carro, mas está com defeito e parado”.

“Falta valorização”

Alinc frisou também a falta de valorização enfrentada em seu ramo por parte de algumas pessoas. “Muitos falam, nossa, R$ 5? Mas é só um geladinho! Mas para estas pessoas eu digo, não é fácil. Existe dedicação, amor e muito trabalho, tem que acordar cedo, ir atrás das melhores matérias primas para atender de forma diferenciada o cliente. Muitas vezes por ser um chup chup a pessoa acha que é tudo muito fácil e acaba desvalorizando o trabalho. O microempreendedor precisa ser mais valorizado pelas pessoas, porque nada é fácil, tudo depende de muita luta e esforço.  A pessoa que investe, está buscando a vitória de forma honesta que vem carregada de um sonho. Todo mundo que cresceu e que cresce, um dia começou debaixo”.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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