
Um casal da Serra foi identificado como destinatário de medicamentos desviados de hospitais e unidades de distribuição de saúde pública no estado de São Paulo. Estes remédios, destinados ao tratamento de câncer e adquiridos com recursos do governo, eram desviados de Campinas.
Os fármacos, avaliados em até R$ 22 mil a unidade, eram transportados para o Aeroporto de Vitória a partir de Campinas via empresas de logística. Em um dos casos, o valor dos medicamentos roubados ultrapassou R$ 1,1 milhão, envolvendo o extravio de 79 caixas.
Conforme investigações do programa “Fantástico” da Rede Globo, as remessas, sem nota fiscal, eram rotuladas como doações para evitar suspeitas das autoridades. No Espírito Santo, Gleidson Lopes e Julianna Ritter, ligados a uma ONG de apoio a pessoas com mobilidade reduzida na Serra, recebiam os produtos.
Julianna, assessora parlamentar do deputado estadual Danilo Bahiense (PL), também é sócia da Saúde e Vida Comércio e Representações.
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A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), após ser informada pela imprensa, anunciou a exoneração da assessora e enfatizou que a escolha de assessores é prerrogativa dos parlamentares, conforme apurado pelo Jornal Tempo Novo.
O que diz a defesa do casal da Serra?
A defesa de Gleidson e Julianna alegou, ao Fantástico, que ela não estava envolvida no negócio e que Gleidson comprava os medicamentos sem saber de sua origem ilícita. A advogada declarou que Julianna apenas facilitou as operações financeiras de Gleidson, confiando nele como seu marido.
Sobre a fraude
A fraude foi descoberta em dezembro de 2023 quando uma diretora do Departamento Regional de Saúde de Campinas reportou o sumiço de 79 caixas de Pembrolizumabe 25MG/ML, um medicamento para tratamento de câncer, à Polícia Civil de São Paulo. A perda causou um dano de mais de R$ 1,1 milhão ao erário.
Investigações revelaram que José Carlos dos Santos, um servidor público, era o responsável pelo desvio dos remédios, com Gabriela Carvalho, sua enteada, e Michael Carvalho, seu genro e suposto líder do esquema, facilitando o transporte e venda.
Maria do Socorro, esposa de José Carlos, usava suas contas bancárias para as transações financeiras ilegais. José Carlos, Maria do Socorro e Gabriela foram detidos, enquanto Michael permanece foragido.

