Capivara ferida invade Boulevard Lagoa e agoniza por socorro há 4 dias

A capivara baleada entrou no bairro nobre da Serra e aguarda socorro há quatro dias.
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Capivara Boulevard Lagoa Serra
A capivara está ferida e aguarda por socorro há quatro dias no bairro nobre da Serra. Crédito: Divulgação

Uma capivara ferida tem circulado há quatro dias pelas ruas do Boulevard Lagoa, bairro nobre da Serra, em busca de abrigo e ajuda. O animal, que teria sido baleado em uma área de mata próxima, invadiu o residencial assustado e sangrando. Moradores dizem ter acionado a Polícia Ambiental diversas vezes, mas o resgate ainda não foi realizado.

O primeiro registro da presença da capivara aconteceu no início da semana. Até o início da tarde desta sexta-feira (11), o animal seguia visivelmente ferido. A suspeita inicial era de que a capivara foi atingida por disparo de arma de fogo fora do condomínio. No entanto, moradores também levantaram a possibilidade de o ferimento ter sido causado por outro animal.

Além da Polícia Militar, a Prefeitura da Serra também foi acionada. No entanto, moradores relatam que a situação permanece sem solução.

“A prefeitura alegou que não tem material para contenção, a Polícia Ambiental diz que é responsabilidade da prefeitura, e o tempo passa. A capivara está ferida há quatro dias, sem qualquer socorro. É um absurdo”, denunciou um morador ao Portal Tempo Novo.

A reportagem procurou a Prefeitura da Serra e o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) para esclarecimentos. Assim que houver retorno, o texto será atualizado.

Capivaras no Boulevard Lagoa: visitas frequentes

O Boulevard Lagoa está localizado ao lado de uma extensa área de preservação ambiental. Por isso, é comum que capivaras e outros animais silvestres circulem pela região. O Jornal Tempo Novo já abordou o tema em outras ocasiões, alertando para a convivência entre moradores e a fauna local.

Capivaras são dóceis, mas exigem cuidados

O biólogo Cláudio Santiago explica que as capivaras, apesar do porte, são animais dóceis. “Elas se aproximam das pessoas quando não se sentem ameaçadas. Só atacam se forem provocadas ou se sentirem em perigo. Mas isso é raro na literatura científica”, destacou.

Segundo o especialista, a capivara é o maior roedor do mundo, nativa da América do Sul, e vive preferencialmente em áreas alagadas, às margens de rios e lagoas.

Perigo invisível: o carrapato-estrela

Apesar de serem inofensivas no comportamento, capivaras podem representar risco à saúde humana por serem hospedeiras do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense). Esse parasita pode transmitir a febre maculosa, uma doença grave e potencialmente fatal.

“Esses carrapatos se espalham pelas áreas por onde as capivaras circulam. A febre maculosa é uma zoonose perigosa. Além disso, é importante lembrar que esses animais são protegidos por lei. Qualquer tentativa de manejo ou agressão sem autorização pode gerar penalidades”, alertou o biólogo.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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