O camelódromo de Laranjeiras, alternativa criada pela Prefeitura da Serra para retirar os ambulantes das ruas do bairro, principalmente a Av. Central, está com apenas quatro baias ocupadas e apenas uma em funcionamento. Inicialmente disputado pelos ambulantes, o espaço inaugurado em dezembro do ano passado pelo jeito não colou.
Enquanto isso, os ambulantes seguem nas ruas do bairro, desmontando rapidamente seus estandes a cada rodada de fiscalização. No galpão onde funciona o camelódromo, existem 34 baias. Elas foram ocupadas após sorteio, pois não havia espaço para todos os interessados. Mas à medida que instalaram suas barracas nas baias, os ambulantes foram percebendo que era inviável trabalhar no local, que fica na rua Coelho Neto ao lado da Sede da Associação de Moradores do bairro.
Josival Silva é o único ambulante que ainda insiste em trabalhar todo dia no local. “O camelódromo fica em um local afastado da avenida Central de Laranjeiras e foi muito pouco divulgado. A prefeitura demorou para colocar a placa de identificação e nós tivemos que improvisar e gastar dinheiro com a divulgação”, disse.
Apesar das dificuldades Josival disse que pretende ficar no espaço. “Eu vendia cerca de R$ 400 por dia na rua, agora vendo cerca de R$ 100. É uma triste realidade, mas entre ficar na rua e perder a mercadoria, já que os fiscais estão todos os dias vigiando, prefiro ficar no camelódromo e vender menos. Com a nova chamada da Prefeitura para outros camelôs irem para o galpão, tenho fé que as coisas aqui vão melhorar”, afirma.
Caminho diferente fez a ambulante Dayane Silva. “Não tem movimentação naquele local e as vendas são muito difíceis. Entre ficar no camelódromo ou voltar para as ruas eu preferi voltar a vender nas ruas mesmo com o risco de perder a mercadoria. Pelo menos conseguimos vender alguma coisa”, explica.
Dayane ainda disse que os fiscais estão passando duas vezes por dia. “Tem cerca de 30 dias que eles estão passando duas vezes todos os dias. Qualquer mercadoria que tiver na rua eles estão levando embora. Não sabemos para onde e nem para quem são destinadas as nossas mercadorias. Isso é um absurdo. Queremos trabalhar e a prefeitura não quer deixar. Não somos bandidos”, diz.
Desde quando foi anunciada a construção do camelódromo, o projeto vem gerando desentendimento entre os ambulantes e a Prefeitura da Serra. Segundo o presidente da Associação dos Camelôs de Laranjeiras, Anderson Keller, o galpão não foi feito de acordo com o projeto apresentado. “O camelódromo não é aquilo que a prefeitura nos apresentou no projeto. Na verdade não parece nenhum pouco com aquilo prometido pelo município”, acusa.
Através de assessoria de comunicação, a Prefeitura da Serra disse que construiu o camelódromo em um local de grande fluxo de pessoas. Disse ainda que em julho abriu um edital para vagas e no próximo dia 14 vai sortear os espaços entre os interessados. De acordo com o edital, só puderam se cadastrar os comerciantes ambulantes que atuam regularmente na Serra.
A prefeitura foi questionada sobre as mercadorias que são recolhidas pelos fiscais. E afirmou que os fiscais não recolhem mercadorias. Disse ainda que a proibição para ambulantes não autorizados continua na Avenida Central de Laranjeiras.
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