Câmara da Serra aprova moção de apoio a Jair Bolsonaro e repúdio a Alexandre de Moraes

A Câmara da Serra aprovou uma moção de apoio ao ex-presidente e de repúdio ao ministro.
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Alexandre de Moraes e Jair Bolsonaro. Crédito: Divulgação

A Câmara Municipal da Serra aprovou, por 11 votos favoráveis, durante a sessão desta segunda-feira (11), uma moção de apoio ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e de repúdio a atos considerados “autoritários e antidemocráticos” atribuídos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta foi apresentada pelo vereador Dr. William Miranda.

No documento, o parlamentar cita dispositivos da Constituição Federal que garantem a liberdade de expressão e manifestação do pensamento, argumentando que decisões do ministro, especialmente no âmbito do Inquérito das Fake News (nº 4.781) e outros processos, extrapolariam os limites constitucionais.

Segundo o texto, essas medidas atingiriam de forma recorrente o ex-presidente, com restrições à manifestação política, censura de conteúdo e imposição de cautelares sem o devido processo legal.

A moção também manifesta preocupação com o que o autor considera violações a princípios como o contraditório, a ampla defesa e a presunção de inocência.

O Portal Tempo Novo apurou que, entre os encaminhamentos, o documento será enviado ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, como registro da posição oficial do Legislativo serrano sobre o tema.

Vereador da Serra defende moção com informações incorretas

Vereador Câmara da Serra
O vereador Dr. William Miranda é o autor do projeto. Crédito: Divulgação

Durante a sessão, o tema gerou debate entre os vereadores, e alguns parlamentares chegaram a comemorar a aprovação. No entanto, ao defender a proposta, o autor da moção apresentou informações incorretas. Ele afirmou que o Brasil estaria vivendo sob um “estado de exceção” – termo jurídico que se refere a regimes em que direitos e garantias fundamentais são suspensos temporariamente, o que não ocorre no país.

O vereador também declarou que “ninguém no Brasil tem direito à defesa”, o que é falso. A Constituição Federal, no artigo 5º, inciso LV, assegura a todos os acusados o direito ao contraditório e à ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

Outra afirmação feita por William Miranda foi a de que “pessoas pegam 14 anos de prisão por ter pintado uma estátua”. A informação não corresponde à realidade. As penas de 14 anos citadas ocorreram no contexto dos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto.

As condenações foram por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Votos favoráveis ao projeto na Câmara da Serra:

  • Agente Dias,
  • Andréa Duarte,
  • Antônio CEA,
  • Cabo Rodrigues,
  • George Guanabara,
  • Pastor Dinho,
  • Pequeno do Gás,
  • Rafael Estrela do Mar,
  • Rodrigo Caldeira,
  • Teilton Valim,
  • Wellington Alemão.

Votos contrários:

  • Cleber Serrinha
  • Professor Rurdiney.

Os demais vereadores não estavam presentes no momento da votação.

Foto de Gabriel Almeida

Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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