Cadela Dandan que desapareceu na Serra é encontrada um ano depois em hotelzinho de Vitória

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Dandan
Fernando, foi incansável na procura por Dandan, percorreu inúmeros bairros da Serra durante dias e madrugadas, muitas vezes até 3h da madrugada. Crédito: Divulgação

O que parecia uma história sem fim ganhou um desfecho emocionante e que parece até roteiro cinematográfico. Exatamente um ano após desaparecer de sua casa no bairro São Diogo, na Serra, a cadela Dandan foi encontrada e devolvida ao tutor, na noite da última terça-feira – 30 de setembro de 2025, num hotel para cães, em Vitória. O caso havia mobilizado a família, vizinhos e até desconhecidos, que se comoveram com a luta incansável de seu dono pela busca do animal.

Resgate e recuperação após atropelamento

A trajetória de Dandan sempre foi marcada por superação. Filhote de apenas três meses, ela foi atropelada em uma rua movimentada. O tutor, Fernando Furtado de Melo, ao presenciar a cena, a resgatou gravemente ferida e a levou a uma clínica veterinária. “Ela estava invisível aos olhos das outras pessoas. Eu não consegui virar as costas’. Após uma cirurgia delicada, que incluiu a colocação de três parafusos no quadril, Dandan sobreviveu e passou a viver em São Diogo, na Serra, onde permaneceu por seis anos cercada de amor e cuidados.

O desaparecimento em 2024

No dia 30 de setembro de 2024, por volta das 11h30, o portão da casa foi aberto para a entrada de um prestador de serviço. E foi nesse momento que assustada com a buzina de uma moto que passava, Dandan disparou em direção à rua e desapareceu.

“Naquele dia, meu mundo desabou. A partir daí, minha vida virou uma busca incessante por ela”, conta Fernando que em nenhum momento desistiu da cadela.

Um ano de buscas e dor

Fernando, foi incansável na procura por Dandan, percorreu inúmeros bairros da Serra durante dias e madrugadas, muitas vezes até 3h da madrugada. Recebeu informações de que ela estaria em locais como São Diogo, Bairro de Fátima, Jardim Carapina e até nas imediações do Shopping Mestre Álvaro, em Eurico Salles.

Nessa jornada, viveu experiências marcantes: foi parado pela polícia em áreas de risco, investigou pistas falsas, entrou em becos perigosos e, em meio ao desespero, acabou ajudando outros animais abandonados e até uma criança desaparecida, entregue de volta à família. “Cheguei a apanhar em algumas quebradas procurando pela Dandan”, disse ao TN.

Dandan

A descoberta inesperada

Meses após o desaparecimento, surgiram relatos de que uma cadela semelhante havia sido encontrada debilitada, coberta de pó de minério, nas proximidades da ArcelorMittal, em Praia Mole. Ela foi resgatada por funcionários, recebeu cuidados veterinários e chegou a passar por lares temporários, um deles em Jacaraípe, na casa da Titia Rose. De lá, foi para o Hotel do Maiki, onde nos reencontramos.

No abrigo, recebeu o nome de Neve e ganhou cuidados especiais: vacinas, alimentação adequada e tratamento de saúde, pois precisou de cirurgias.  “Ela foi muito bem cuidada, muito bem tratada e agradeço demais a todos que se envolveram nessa história, ao Maiki e a Dominique por todo amor que tiveram com Dandan”.

Funcionários chegaram a desconfiar de que poderia se tratar de Dandan, mas a confirmação só veio mais tarde. 

O reencontro emocionante

No dia 30 de setembro de 2025, exatamente um ano após o desaparecimento, o tutor recebeu a notícia definitiva: a cadela encontrada era mesmo Dandan. Ela estava sendo muito bem cuidada no Hotel do Maiki, em Vitória.

“Quando vi a foto e o vídeo, meu coração disparou e eu desabei. Achei que fosse mais uma falsa esperança, mas quando a segurei novamente nos braços, percebi que o pesadelo tinha acabado. Foi o dia mais feliz da minha vida”, disse emocionado.

Dandan retornou para casa, onde agora vive em segurança, cercada novamente pelo carinho da família que nunca desistiu dela. “Foram dias de dor, de desespero, de noites sem dormir. Mas nunca perdi a esperança. Hoje, posso dizer que a luta valeu a pena.”

Foto de Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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