Benzedeiras, índios e portugueses compõem tema da Império de Fátima para 2024

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Império de Fátima
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Desfile da escola em 2023: A Império de Fátima irá representar, em 2024, a tradição das benzedeiras com o tema ‘Benzê. Benditas benzedeiras’ e mostrá-las como uma tradição, uma ciência ancestral de cura. Crédito: Divulgação

A escola de samba da Serra, Império de Fátima, bicampeã do grupo B do Carnaval Capixaba, já escolheu o tema que irá para levar para a avenida do Sambão do Povo, em Vitória, em 2024.

De acordo com o presidente da agremiação, Sergio Anderson, a Império que é a ‘caçulinha da Serra’, irá representar a tradição das benzedeiras com o tema ‘Benzê. Benditas benzedeiras’. O tem vai mostrar a as benzedeiras como uma tradição, uma ciência ancestral de cura.

O objetivo é mostrar que essas personagens ainda existem e que continuam levando suas benções as pessoas com auxílio da tecnologia. “Em 2024, queremos mostrar que existe atualmente algumas formas de benzedeiras que ainda estão atuando com auxílio da tecnologia. Através da internet, as benzedeiras que já fazem as suas orações, também fazem as suas bênçãos através de pedidos on-line, a exemplo, do que acontecia no passado quando a pessoa ligava para essas senhoras para pedir que a benzedeira rezasse por alguém dando o nome da pessoa que está precisando da benção, da cura. Queremos mostrar este ato bonito da benção, da cura através das benzedeiras sempre enfatizando a figura feminina”, explica Sergio.

De acordo com Sergio, no desenrolar do desfile no Sambão, a Império irá contar a história delas, desde o início, no que tange os povos originários e os índios. “Teremos a chegada dos escravizados que representam o povo de matriz africana juntamente com os portugueses que trazem a fé católica. Vamos mostrar que dessa miscigenação vem termos como benzedeira, que fazem tanto nas crenças indígenas com as de matriz africana se unirem a tradição católica. Nessa prática se utiliza a fé, o instinto e os elementos da natureza”.

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Para isso a escola de samba vai mostrar as características de uma casa de benzedeira em seu primeiro setor. “Quem já foi se benzer, quem já teve numa casa de uma benzedeira costuma ver elementos diversos. Sempre tem um altar e no primeiro setor vamos falar sobre a terra, que da terra tudo floresce, dessa terra que se tem a energia, as folhas, as ervas que dão essa força a essas benzedeiras para poderem fazer esse trabalho de cura espiritual e física”.

Já no segundo setor, a Império de Fátima, vai representar tanto os povos originários, quanto dos índios, por meio de figuras como Tupã e os caboclos. “Nesse setor, vamos mostrar a figura de Ossaim que é a orixá das folhas, das ervas e a representação da nossa Virgem Maria que remete a todas as benzedeiras”.

Sergio adiantou ainda que o desfile da escola, vai desenvolver no terceiro setor o empoderamento feminino dessas personagens. “Hoje em dia o convívio familiar não está tão forte igual era antigamente. E não há essa passagem de conhecimento de mãe para filha como acontecia. Isso faz com que haja um apagão dessa cultura e é isso que o Império de Fátima quer trazer à tona”.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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