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Audiência Pública para engorda de praias na Serra será on-line

A praia de Manguinhos é uma das que receberá a engorda. Foto: Arquivo TN/Fábio Barcelos

Nesta sexta-feira (24) a Prefeitura da Serra fará audiência pública on-line para apresentar o projeto de engorda das praias, cujo objetivo é tentar conter o avanço do mar. Inicialmente a audiência estava prevista para acontecer de forma presencial no dia 02 de abril, mas a Prefeitura mudou o formato e data em função do avanço da pandemia da covid-19.

O evento está marcado para às 17h e poderá ser acompanhado no endereço http://audienciacontroledeerosaopraial.serra.es.gov.br . A condução da audiência será da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), conforme banner digital divulgado ontem pelo órgão. Na prática, a engorda significa remanejar areia da praia ou do fundo do mar para realocar em pontos da orla onde o mar está avançando. Após isso, a faixa de areia da praia fica mais larga.

No último dia 12 de março, através de nota enviada ao Tempo Novo, a Prefeitura informou que oito pontos em cinco praias – Manguinhos , Jacaraípe, Nova Almeida, Costa Bela e Marbela. No total, serão 61, 3 mil m2 de áreas que receberão a areia. No site da Prefeitura, consta que em Manguinhos, por exemplo, a praia ganhará 15 metros de extensão de areia. Em Jacaraípe, nos três pontos identificados para receber o material, a faixa de areia será ampliada de 10m a 42m. Em Nova Almeida, a praia ganhará 10m de extensão de areia.

Chama atenção o fato do projeto não ter incluído a orla de Bicanga, que também sofre com erosão, inclusive com problemas registrados na última semana.

Segundo a Prefeitura, a escolha dos pontos foi baseada em estudo. Como medida para reforçar a proteção, o município também promete recuperar a restinga, vegetação nativa que cresce no litoral.

Ainda não foi divulgada a data do início das obras, mas a expectativa é que se inicie nos dias subsequentes à audiência. Também não foi confirmado valor nem empreiteira que fará o serviço. Mas, durante visita as obras do Contorno do Mestre Álvaro, no ano passado, a secretária de Meio Ambiente, Áurea Galvão, chegou a afirmar ao Tempo Novo que a engorda deveria custar cerca de R$ 1,5 milhão.

Em março, a reportagem perguntou de onde sairá a areia, mas não obteve resposta. Mas a surfistas e ativistas ambientais que questionam os impactos negativos da obra, a Semma  informou que a areia será retirada da praia junto à foz do rio Jacaraípe, manancial que é contaminado por esgoto doméstico e industrial. Fato que aumentou a preocupação dos que temem os efeitos colaterais da engorda.

Obra é motivo de polêmica e abaixo assinado

Surfistas e ativistas ambientais do litoral serrano tem criticado o projeto de engorda desde que ele foi anunciado. Eles reconhecem o problema do avanço do mar em alguns pontos, mas defendem medidas menos agressivas para contenção, como recuperação da restinga nesses trechos.

Grupo protestou em 27 de outubro de 2019 na praia do Solemar, Jacaraípe, contra a engorda. Foto:Divulgação/Antônio Carlos ‘C&A’ Aprijo

Argumentam que retirar areia de alguns pontos para por em outros, poderá impactar corais, pontos de desova de tartarugas nas praias, além de afetar as ondas, com desdobramentos negativos para a prática do surf. Esta última, em particular na região de Jacaraípe, atrai adeptos não só da Serra como de outras cidades, ajudando a girar a economia local.

Por essas razões, esses ativistas e ambientalistas chegaram a fazer abaixo assinado no ano passado e até um protesto em Jacaraípe pedindo a Prefeitura que estude outras maneiras de conter a erosão no litoral.

As críticas aumentaram ainda mais após uma ação feita pela Prefeitura na Praia da Baleia entre Manguinhos e Jacaraípe. Sob a justificativa de fazer uma poda, boa parte da restinga da praia acabou sendo retirada, incluindo corte de aroeiras, árvore nativa desses ambientes.

Por outro lado, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) tem defendido que a engorda de praia é a medida mais eficiente para conter a erosão.

Redação Jornal Tempo Novo

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