As penas da primeira metade

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Há uma expectativa muito grande do que será essa segunda metade de mandato do prefeito Audifax Barcelos (PSB). A primeira metade todos conhecem e, diga-se de passagem, foi muito penosa. Penosa até mesmo para o prefeito que encontrou uma situação pior do que imaginava e se viu obrigado a privar a população de muitas obras, a classe empresarial de melhores condições para desenvolverem seus projetos e os servidores de reajuste de salários que ao menos recompusesse as perdas inflacionárias.

Com a atividade econômica em baixa no país e no Estado, associada ao fim dos incentivos do Fundap, Audifax teve que colocar o pé no freio, conter despesas, investimentos e ir buscar incremento de receita; mesmo que fosse através de medidas impopulares, como enviar para o Serasa e negativar nomes de contribuintes que estivessem em débito com o município.

Nesses dois anos o prefeito teve que exercer muito a paciência, pois a choradeira nas comunidades foi grande; pipocaram protestos por todo lado, manifestantes fecharam rodovias, queimaram pneus, reclamaram, denunciaram e chamaram a imprensa para repercutir as lamúrias.

Tiveram também as chuvas de dezembro do ano passado. Chuvas essas jamais vistas na Serra e que trouxeram prejuízos para milhares de moradores de todas as regiões da Serra. O Município também arcou com muitos prejuízos, pois teve que gastar recursos que vinham sendo contingenciados, para tapar as consequências das enchentes.

O biênio também foi difícil na relação com os servidores. É uma categoria que amarga baixos salários, sofre com perdas inflacionárias; passou 2013 todo sem nenhum reajuste e em 2014 mal viu reposta a perda inflacionária do ano anterior. Foram greves e paralisações de algumas categorias e operações tartarugas.

Para resumir, 2013 e 2014 foram os piores anos de Audifax à frente da Prefeitura, que somados ao primeiro mandato (2005 a 2008), lá vão seis anos.

Hora de atender às expectativas

Vendo hoje os vizinhos Vitória, Cariacica e Vila Velha, bem como quase que a totalidade dos municípios do Estado, pode-se afirmar com toda a segurança que o prefeito Audifax acertou, uma vez que o pior não passou, mas está por vir: 2015 está sendo esperando como o ano mais difícil da era do PT como partido à frente do comando do país. Todas as projeções são as piores possíveis; não só pelas circunstâncias da nação, mas também pela conjuntura econômica internacional.

Os prefeitos que não adotaram a postura de Audifax irão passar muito mais dificuldade do que ele, independente do tamanho da cidade. Vila Velha e Cariacica fundiram secretarias, estão enxugando a máquina administrativa e penam para conseguir fazer investimentos. Vitória sofre também, entretanto pode ser mais pelo fato do prefeito Luciano Resende não ter ainda acertado a mão em sua gestão.

Nos últimos 60 dias Audifax anunciou que investirá R$ 330 milhões. Isso quer dizer que ele, como gestor que é, uma vez que a sua experiência vem desde os 22 anos quando foi secretário de Planejamento de Vila Velha, está fazendo a diferença com relação aos seus prefeitos vizinhos, acertou em suas decisões, mesmo contrariando comunidades e frustrando as expectativas criadas com a sua retumbante vitória nas urnas, em 2012, sobre o então prefeito Sérgio Vidigal (PDT).

O prefeito agora tem que dar respostas para as comunidades, afinal de contas, se tem crise ou não, ninguém quer saber; quer é resultados. Os dois anos que se encerram hoje (31) foram de créditos em função do seu discurso articulado em cima de dificuldades encontradas.

Daqui para a frente tem que ser de ações, de resultados, de obras, um melhor funcionamento interno da máquina, de um olhar mais justo para a classe empresarial e para os servidores, que é quem carrega toda e qualquer administração.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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