As muitas receitas e sabores da torta capixaba

Compartilhe:
Turistas mineiros se deliciam com uma das iguarias mais famosas da culinária do Espirito Santo. Foto: Fábio Barcelos
Turistas mineiros se deliciam com uma das iguarias mais famosas da culinária do Espirito Santo. Foto: Fábio Barcelos
Turistas mineiros se deliciam com uma das iguarias mais famosas da culinária do Espirito Santo. Foto: Fábio Barcelos

Por Clarice Poltronieri

A Semana Santa e a Páscoa são períodos de penitência e celebração da ressureição do Messias no calendário cristão. Tradicionalmente na Sexta-feira da Paixão, data em que é lembrada a morte de Jesus, é praticado o jejum de carne vermelha pelos católicos. Com isso, os peixes e mariscos ganham as mesas.

Na Serra não é diferente. Muita gente se reúne na quinta para preparar a refeição da Sexta-Feira Santa e faz disso uma tradição. O prato favorito é a famosa torta capixaba, cujas receitas são variadas de acordo com o paladar de cada um.

Em Castelândia, Rita Maria Fundão Reis tem o marido e a filha como auxiliares na preparação da delícia culinária. “Aprendi a fazer a torta com minha mãe e mantive essa tradição. Antes eu fazia a receita tradicional com moqueca de sururu, camarão, caranguejo e siri. Mas agora minha filha prefere só com bacalhau e palmito. Temos o hábito de fazer a torta na quinta e comê-la com os amigos quando voltamos da missa, neste dia mesmo”, conta.

Já na família de Jurandir Bispo, que veio da Bahia para morar em Carapebus, a torta capixaba entrou de vez no cardápio. Mas sem esquecer o toque baiano. “Desde que cheguei aqui, há 20 anos, faço a torta capixaba de bacalhau com palmito, batata e muito tempero. Sempre na Sexta-Feira Santa, mas nunca falta o feijão de leite, que é feijão cozido batido e coado, misturado com leite de coco e açúcar. Na Bahia a gente fazia feijão de leite, caruru, moqueca de peixe e cortado de abóbora e legumes”, detalha.

Oportunidade

Há também aqueles que preferem a comodidade de comprar a torta pronta. Fato que gera oportunidade de negócios para quem manda bem na cozinha.  É o caso de Patrícia Fontana, que já montou uma pequena cozinha industrial em casa. “Há uns três anos comecei a fazer torta para vender. Costumo ter entregas dez dias antes da Páscoa e faço duas receitas, uma com bacalhau e palmito e outra, mais completa, que acrescento sururu, camarão caranguejo e siri. Esta última é a que mais sai, mas normalmente me pedem para tirar o sururu”, conta.

Em alguns restaurantes da cidade, também é possível saborear o prato no local ou encomendá-lo. “Começamos com as encomendas a partir da quarta-feira”, conta Lara Lafetá, proprietária do restaurante Berro D’água, em Jacaraípe.

Ovos e coelhos têm origem pagã

A origem dos ovos de Páscoa está nas religiões pagãs, onde as pessoas se presenteavam com ovos de ave pintados com elementos da natureza para celebrar a chegada da primavera (no hemisfério norte). A deusa pagã da primavera, Ostera, trazia em seus braços um ovo, que representava o início da vida, e a seu lado, um coelho, que representava a fertilidade.

A tradição da troca de ovos foi absorvida pelo cristianismo, onde as pinturas passaram a ter imagens santas e a representar a ressurreição de Cristo. Os ovos de chocolate só surgiram no século XVIII, na França, para agradar ainda mais às crianças que procuravam os ovos enfeitados escondidos pelos adultos.

O coelho foi resgatado pelos alemães no século XVI como símbolo da fertilidade e hoje ambos são usados para a alegria das crianças, que se divertem atrás das pegadas do coelhinho que deixou seu ovo escondido em algum lugar.

Quer receber notícias diretamente no seu email? Preencha abaixo!

Sua inscrição não pôde ser concluída. Tente novamente.
Enviamos um e-mail para você. Se não aparecer na caixa de entrada, dá uma olhadinha no spam.

Notícias da Serra/ES no seu email

Resumo diário, gratuito e direto no seu e-mail:

Foto de Mari Nascimento

Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 21 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

Leia também