O vereador da Serra, Evandro de Souza, conhecido como Pastor Dinho, foi autuado pelo Departamento de Operações de Trânsito da Serra (DOT) por uso irregular de som automotivo em via pública. O caso aconteceu na última terça-feira (29), em Parque Residencial Laranjeiras, onde o parlamentar se preparava para realizar uma manifestação.
Segundo a Prefeitura da Serra, antes mesmo do início do ato político, o vereador utilizava um veículo equipado com sistema de som em volume excessivamente alto, audível do lado de fora do carro – o que configura infração ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Agentes do DOT, que já estavam no bairro em uma operação de rotina, flagraram a irregularidade e emitiram a notificação correspondente. A Prefeitura informou ainda que é comum a presença diária dos agentes de trânsito na região, justamente para organizar o fluxo de veículos, devido ao grande movimento registrado em Laranjeiras.
Em nota enviada ao Portal Tempo Novo, a Prefeitura da Serra destacou que “a atuação dos agentes foi técnica, como em todas as ações de fiscalização realizadas pelo DOT”, e reforçou que a infração foi registrada antes do início da manifestação.
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Ao perceber a abordagem dos fiscais, o vereador reagiu com gritos e ofensas, questionando de forma agressiva quem teria “mandado” aplicar a multa. Em determinado momento, chegou a chamar os agentes de “covardes”. Nas redes sociais, ele publicou um vídeo acusando os servidores de perseguição e voltou a atacá-los publicamente.
Apesar da confusão, a manifestação liderada pelo vereador, que abordava pautas políticas de cunho nacional, não foi impedida. O ato transcorreu normalmente até o fim, sem qualquer tipo de intervenção por parte das autoridades de trânsito.
A reportagem procurou o vereador para que se manifestasse sobre o ocorrido. Até o momento, não houve retorno. Caso haja posicionamento, o texto será atualizado.
O que diz o vereador?
Em nota, o vereador se pronunciou e voltou a criticar a atuação do Departamento de Operações de Trânsito da Serra (DOT). Segundo ele, tanto ele quanto os manifestantes entenderam a ação como injusta.
Para o vereador, “a atitude do DOT foi sim covarde”. Ele afirmou ainda que a cidade enfrenta problemas reais de perturbação do sossego que não recebem a devida atenção por parte do poder público.
“São centenas de denúncias de moradores que ligam para o disk silêncio e não são atendidos, isso tudo em horários de descanso, isso sim é perturbação da paz. Não vemos essa mesma voracidade contra os bailes funks, as bocas de fumo e muito menos com os encontros de carros de som que ocasionam uma verdadeira arruaça e confusão. Porque será?”, questionou Dinho.
O vereador também criticou a forma como a notificação foi realizada.
“Estávamos ali entre pastores, mulheres e crianças, não fazendo nada mais do que uma manifestação pacífica no canteiro central da avenida. Os agentes poderiam ter se dirigido a nós para conversar, mas não, eles sequer nos comunicaram sobre a multa, fomos nós que vimos quando fizeram fotos e fomos até eles. Nos multaram e fim embora. Porque não pediram a retirada do som, já que segundo eles estávamos cometendo crime? Porque forma embora e nos deixaram ali ‘perturbando o sossego’?”, disse.
Em tom de desabafo, Pastor Dinho também levantou suspeitas de motivação ideológica por trás da atuação dos fiscais.
“Eles estavam mesmo preocupados com o munícipe ou foram apenas para cumprir a missão de nos multar? O local é de intenso barulho por natureza, em razão do alto fluxo de veículos e pessoas. Para mim foi sim, uma clara perseguição contra as defesas conservadoras, pois contra a esquerda nada acontece. A postura dos agentes do DOT representa nada menos do que uma perseguição política. Apesar do imenso respeito que tenho pelos órgãos de segurança pública da Serra, não vou abaixar a cabeça para arbitrariedades, eles foram sim covardes, e sempre que assim agirem, serão expostos para que a serra saiba como agem. Aceitaremos dois pesos e duas medidas? não”, declarou o vereador.

