Por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde publicou uma nota por meio da qual orienta os profissionais de saúde sobre como notificar, investigar e conduzir casos suspeitos de botulismo iatrogênico (causado por tratamento médico) após o uso de toxina botulínica, popularmente conhecida como botox.
Embora seja raro, o botulismo pode ocorrer quando a toxina botulínica é aplicada em doses muito altas, com intervalos menores que o indicado ou em condições inadequadas. Isso facilita sua entrada na corrente sanguínea e causa efeitos além da região tratada.
Os primeiros sinais da doença podem incluir:
- visão borrada;
- pálpebras caídas;
- fala arrastada; e
- dificuldade para engolir ou respirar.
Nos casos mais graves, pode ocorrer paralisia muscular, que pode levar à morte.
De acordo com apuração do TN, diante desses sintomas, a orientação é buscar atendimento médico imediatamente. Em algumas situações, pode ser necessária a aplicação urgente da antitoxina botulínica.
A Anvisa orienta a população a utilizar apenas produtos e dentro do prazo de validade; procurar profissionais qualificados e clínicas autorizadas; respeitar doses e intervalos indicados na bula e procurar ajuda médica caso apresenta sintomas após a aplicação do produto.
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Histórico e casos
Em março deste ano, a Anvisa publicou um alerta reforçando que os procedimentos com toxina botulínica devem ser realizados exclusivamente por profissionais habilitados, em serviços autorizados pela vigilância sanitária, utilizando medicamentos registrados e seguindo rigorosamente as orientações da bula.
Segundo a nota técnica, já foram identificados surtos de botulismo na Turquia (2023), nos Estados Unidos (2024) e no Reino Unido (2025).
No Brasil, a maioria dos casos notificados está relacionada ao uso inadequado da toxina botulínica tipo A. Os primeiros registros nacionais ocorreram em 2024, com dois casos confirmados. Em 2025, até o momento, já foram confirmados 11 casos.
O botulismo é uma doença grave, rara e não contagiosa, causada pela toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Lembrando que medicamentos contendo a toxina e que estejam registrados na Anvisa continuam sendo seguros e eficazes, desde que usados conforme a bula e aplicados por profissionais habilitados, tanto em tratamentos estéticos quanto terapêuticos.

