Alunos da Serra se apaixonam por verduras após cultivo de horta em escola

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Horta em escola Serra Alunos Verduras
Crédito: Edson Reis
Horta em escola Serra Alunos Verduras
Alunos de escolas da Serra começaram a gostar de verduras e hortaliças após cultivo de horta nas unidades escolares. Crédito: Edson Reis

O estudante Kauê Santos, 13 anos, do 5º ano, não curtia muitas verduras no prato. Hoje, ele come de tudo, até rabanete. A “transformação” no paladar do garoto veio a partir de projetos desenvolvidos por professores na Emef Hebert de Souza, em Jardim da Serra, e que vão concorrer em um concurso estadual do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

O primeiro deles é o “Tecnologia e Meio Ambiente: Horta Escolar e a Tecnologia como uma ação consciente e sustentável”, dos professores Luana Moura e Gabriel Moreira. Nele, os alunos desenvolveram uma horta no terreno da escola, onde araram a terra, definiram o que plantar, cultivaram as sementes e cuidaram do crescimento de hortaliças, ervas medicinais, legumes e temperos.

Dali saem cenoura, couve, cebolinha, salsa, coentro, alface, limão-siciliano, alimentos que entraram de vez no cardápio dos estudantes. As hortaliças entram como complemento na merenda da escola.

“Eu passei a gostar de comer rabanete quando vi como se plantava, como tinha que adubar e mexer na terra. As verduras e as saladas passaram a ter outro gosto agora que a gente sabe que nós que plantamos e colhemos”, relata Kauê.

“Eu também achei legal plantar, mexer com as sementes, ficar com as mãos sujas de terra na escola. Era para algo importante, para a nossa alimentação. Tenho orgulho de saber que o que estamos comendo fomos nós que plantamos”, declara Carol Cardoso, 11 anos.

Na Serra, os alimentos cultivados nas hortas escolares são utilizados na refeição dos alunos. Crédito: Edson Reis

Os colegas Luana Bianchini, 11, e Gabriel Barreto, 12, também adoram as aulas em que o ensino passa pelo espaço da horta. “Eu nunca tinha plantado, via só nos livros e na internet. Foi muito bom ficar por dentro, semear e adubar. A gente aprendeu muita coisa importante”,  aponta o garoto.

“Até o cachorro-quente da escola ficou mais gostoso com os temperos que a gente cultivou aqui na nossa horta”, conta a garota, toda orgulhosa.

A professora Luana explica que a horta vai além de fornecer complemento na merenda. “A partir dela trabalhamos diversos conteúdos. Em nosso projeto, eu e Gabriel desenvolvemos com os alunos em como a tecnologia pode ser utilizada sem degradar o meio ambiente. Em parceria com a Secretaria de Agricultura, Aquicultura e Pesca (Seap), iremos instalar um irrigador sustentável”, relata.

Sementes ao vento

Crédito: Edson Reis

Outro projeto concorrente da escola no concurso do Senar é o “Reflorestando, Reciclando e Empreendendo”, das professoras Marcionigmeria Piffer e Vanderleia Grazziotti. Elas envolveram os alunos em ações que incluem reflorestamento, preservação da natureza e reciclagem.

“As sementes de flores, hortaliças e plantas são protegidas em embalagens feitas com material reciclável. Esse material vem todo do papel usado na escola e que é considerado inservível”, explica Marcionigmeria.

Os papeis são triturados e preparados para serem utilizados novamente em novos e simpáticos formatos.

“Fazemos embalagens compactadas e, para incrementar o nosso pomar literário, que será inaugurado na sexta-feira, dia 25, fazemos também marcadores de páginas que guardam essas sementes. Esse material é biodegradável, se desfaz sem prejudicar o meio ambiente e espalha as sementes por aí”, detalha.

Os marcadores poderão ser vendidos pelos alunos como forma de obter renda para dar continuidade ao projeto.

As professoras também usam o papel reciclado para fazer bolinhas com sementes. É uma forma de adaptar a técnica criada pelo agricultor e microbiologista japonês Masanobu Fukuoka, que utiliza bolas feitas de argila.

Saiba mais

Horta em escola Serra Alunos Verduras
Profissionais da Educação da Serra participam do projeto de horta nas escolas. Crédito: Edson Reis

A horta escolar e o pomar literário fazem parte das ações do projeto Agrinho, implantado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação da Serra (Sedu). Além da Emef Hebert de Souza, a outra escola da rede onde acontecem as ações é a Belvedere.

Ao todo, são 480 estudantes que lidam com noções de cidadania, saúde, preservação do meio ambiente e educação para o consumo sustentável a partir de assuntos ligados à agricultura.

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Gabriel Almeida

Jornalista há 11 anos, Gabriel Almeida é editor-chefe do Portal Tempo Novo. Atua diretamente na produção e curadoria do conteúdo, além de assinar reportagens sobre os principais acontecimentos da cidade da Serra e temas de interesse público estadual.

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