Alunos da Serra farão teatro para homenagear Chico Prego e Consciência Negra

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Alunos durante a encenação do ano passado. Foto: Divulgação
Alunos durante a encenação do ano passado. Foto: Divulgação

No Dia da Consciência Negra – 20 de novembro – uma quarta-feira – alunos de uma escola pública da Serra Sede vão homenagear os negros e também a Insurreição do Queimado.

Estudantes e professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Serra Sede vão promover a partir das 13 horas uma série de atividades para lembrar a data com apresentações e danças. E às 17 horas, haverá o teatro que começa na quadra da escola, que fica ao lado do Fórum e de lá sai em caminhada com bandas de congo e cavaleiros, além de cartazes, até a praça da feira orgânica na Sede.

A encenação começa na quadra Escola Estadual Serra Sede. Foto: Divulgação Escola 2019

A encenação dura cerca de 40 minutos e está sem seu quinto ano de realização. Quem conta é o professor de Ciências da instituição de ensino, Rogger Martinelli.

“Chico Prego, que foi um dos líderes e considerado o herói da revolta que ocorreu em 19 de março de 1849, é arrastado pelas ruas por uma cavalo. Depois vamos até a praça da feira onde é realizado o enforcamento de Chico Prego. Depois os negros carregam ele até os pés da estátua, onde acontece uma fala e ele acaba ressuscitando com o grito de liberdade dos escravos. Nosso objetivo é tornar esta história conhecida, uma vez que esta revolta é a maior do ES e nos nossos livros didáticos ela não existe, estudamos outras coisas como o Zumbi dos Palmares e queremos por meio dessas ações divulgar o conhecimento”, conta.

Além disso, segundo o professor, a ideia também é sensibilizar os alunos quanto a luta contra o preconceito, o racismo e a desigualdade entre brancos e negros, ricos e pobres.

Pintura do artista plástico Valter Assis (in memorian) que retrata conversa entre o Frei Gregório e os escravos. Foto: Arquivo TN

História

A Insurreição de São José do Queimado foi liderada pelos escravos Chico Prego, João da Viúva e Elisiário Rangel, e ocorreu no dia 19 de março de 1849, há 170 anos. A revolta ocorreu porque o padre Gregório José Maria de Bene prometeu liberdade aos escravos que construíssem a igreja. Carta de alforria esta que seria dada no dia da entrega da obra. A promessa não foi cumprida e ocorreu a revolta.

Pintura de Valter Assis (in memorian) da antiga vila de São José do Queimado, que foi palco da revolta dos escravos. Foto: Arquivo TN

Foram chamadas tropas de Vitória e do Rio de Janeiro para conter os rebelados, que foram presos. Elisiário conseguiu fugir da cadeia; João da Viúva e Chico Prego foram açoitados e enforcados, assim como a grande maioria dos revoltosos, que chegaram a cerca de trezentos. Hoje, Chico Prego tem uma escultura em uma praça, próximo do local onde foi enforcado, em 11 de janeiro de 1850.

 

Foto de Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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