A Academia de Letras e Artes da Serra (Aleas) realizou uma visita ao Palácio Anchieta, em Vitória, onde registrou a presença de uma tela do artista plástico e imortal Walter Francisco de Assis, um dos membros fundadores da instituição.
Durante o encontro, estiveram presentes a presidente Suzi Nunes, o vice-presidente Eci Scardini e os acadêmicos Magnólia, Pedro Paulo e Marcos Arrebola. A visita reforçou a importância da preservação da memória cultural serrana por meio da arte.
O legado de Walter Assis
Nascido em 18 de novembro de 1931, em Putiri, entre Serra-Sede e Nova Almeida, Walter Assis foi descendente de pessoas escravizadas. Sua avó ajudou a construir a Igreja de São José do Queimado, símbolo da luta e resistência negra na região.
Autodidata, Walter produziu mais de 300 telas, retratando cenas do cotidiano, do folclore e da memória da Serra. Era espírita e dizia que suas obras eram fruto de meditação e de contato espiritual, traduzindo em imagens a história local.
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Ao longo da carreira, realizou mais de 100 exposições, apoiou bandas de congo, promoveu cursos de pintura e lutou pela preservação da memória do Queimado, um dos marcos históricos da resistência à escravidão no Brasil.
Entre os temas mais retratados por ele estão a Insurreição do Queimado, a Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, e o movimento do congo. Suas obras já foram expostas no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Em entrevista ao Tempo Novo, em 2007, Assis resumiu sua motivação. “A gente nasce com o dom, depois aperfeiçoa. Eu amo a Serra e gosto de retratar sua história.”
Walter Assis faleceu em 2017, mas permanece como um dos maiores símbolos da arte e da memória cultural da Serra.

