A luta de Audifax e as urnas

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Por Yuri Scardini

Quem conhece Audifax Charles Pimentel Barcelos, sabe o tamanho da sua força interior. Sabe o quão disposto a lutar e vencer este homem está. Ainda mais quando é sua vida que está em jogo. Desde a última sexta-feira o prefeito da Serra está internado em estado grave, mas vivo. Um quadro de pneumonia aguda, choque séptico (já superado) e respirando por aparelhos.

Isso mudou a dinâmica eleitoral. Enquanto nas outras cidades, as campanhas começam a se delinear, na Serra, a política pisou no freio. Candidatos a vereadores seguem pedindo voto, intercalados por extensas reflexões de mudanças de cenários eleitorais. Nas chapas majoritárias, a pisada no freio foi radicalmente brusca.

Não é para menos, há sim a possibilidade de Audifax não disputar as eleições. Este fato tem potencial de mudar tudo. A metamorfose eleitoral que pode se desdobrar entre a internação de Audifax e o dia 02 de outubro é totalmente desconhecida. E na obscuridade do incalculável, nada melhor que a segurança da prudência e da austeridade.

Além do tempo, que no momento joga contra, Audifax tem outro gigantesco desafio: Sérgio Vidigal, seu maior rival político. Vidigal, por sua vez, adotou um ato de solidariedade estratégica. Não colocou seu ‘bloco na rua’ alegando respeito à convalescência do adversário.
Boa jogada de Vidigal. Além de passar a mensagem de desprendimento e humanidade ao eleitor, o pedetista economiza dinheiro para uma eleição curta cujo enredo agora ficou desconhecido.

Na turma de Audifax, não se discute o plano B, chamado Bruno Lamas. O plano é Audifax. Os tomadores de decisão da Rede & Cia, contam com a recuperação da saúde do prefeito, que vem dando sinais de melhora, pelo menos até à tarde de ontem (18). Calculam que ainda dê para o prefeito pegar ao menos ¼ do período eleitoral.

Sérgio Vidigal e o desconhecido

O desafio seria levar Audifax para a rua mesmo que ele esteja dentro do hospital. A tecnologia permite tal movimentação, através da internet, com transmissões ao vivo e telões sobre trios elétricos. Mas tais ações trariam a competitividade necessária para vencer uma eleição duríssima como esta? Em qual medida o eleitorado irá se sensibilizar com a luta que Audifax trava pela vida? Como Vidigal reagiria?

Apesar do franco favoritismo de Vidigal, à boca miúda se começa a especular que, ao contrário do que vêm se falando, esse cenário de provisória ou permanente ausência de Audifax não é tão confortável para o pedetista. Apropriado para Vidigal, seria vencer Audifax em condições normais. Agora, Vidigal se vê na incerteza do desconhecido. A visão nebulosa sobre o que pode acontecer, as reviravoltas que o planejamento não compreende.

O quão ameaçador para Vidigal pode ser a possível superação física e retomada da campanha atrasada de Audifax, ainda mais aliando o ‘coitadismo’ às novas tecnologias? Como Vidigal poderia “bater” em alguém que acabou de vencer a morte? O quão ameaçador pode ser à saída de Audifax da eleição, abrindo um enorme vácuo para outros candidatos, como Gideão Svensson ou o próprio Bruno Lamas, por exemplo?

A desistência de Audifax pode ser uma saída honrosa para ele, que apareceria como mártir aos olhos da opinião pública?  São perguntas que carecem de respostas que somente o tempo poderá dar. O pano de fundo de todas essas questões é o altíssimo índice de indecisos. São eles que vão decidir essas eleições.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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