Clarice Poltronieri
O desabamento da área de lazer de um condomínio de luxo na Enseada do Suá em Vitória, trouxe à tona a discussão sobre segurança nos prédios. Principalmente dos construídos pela Cyrela/Incortel, empresas responsáveis pelo condomínio onde aconteceu a tragédia em Vitória.
Um dos empreendimentos da empresa na Serra é o condomínio de prédios Reserva Verde, localizados ao lado do Parque da Cidade em Laranjeiras. Assim como no condomínio da Enseada do Suá, este também tem área de lazer com piscina sobre o estacionamento. E segundo o síndico interino do Reserva Verde, Alexandre Rosa, desde a entrega do empreendimento foram constatadas irregularidades.
“Logo que foi contratado o condomínio e entregue o memorial, o síndico viu que o material descrito no memorial era diferente do usado na obra. Desde então, temos realizado assembleias e contratamos um engenheiro para fazer um parecer técnico, que saiu há uns quatro meses, mostrando as irregularidades”, revela.
Leia também
Alexandre disse ainda que já houve uma assembleia e a contratação de um advogado para ajuizar uma ação na justiça, mas afirma que não há risco de desabamento, como ocorreu em Vitória. “Os moradores estão cientes de que não há risco de desabamento, o que queremos é apenas o ressarcimento, pois pagamos por um serviço de qualidade e tivemos outro, inferior ao proposto. Infelizmente, vemos que esse tipo de atitude das construtoras é quase unânime”, afirma.
Em nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura da Serra disse que o papel do município é aprovar o projeto e licenciar a obra com base na legislação do Plano Diretor Municipal e o Código de Obras, além de emitir o Habite-se após laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros.
Afirma ainda, que quem responde pela obra é o engenheiro responsável pelo projeto, através da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e a construtora durante um período após a conclusão da obra. Na identificação de problemas devem ser acionados Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.
Já o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) não respondeu aos questionamentos da reportagem até o encerramento desta edição. Cyrela e Incortel também não se manifestaram sobre os problemas no Reserva Verde.
