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“Vidigal e Audifax poderiam estar juntos se não fossem tão carrancudos”

Para moreira a excessiva polarização na Câmara prejudicou a produção legislativa e atrapalhou agendas importantes com as discussões para viabilizar o contorno do Mestre Álvaro e o Aeroporto Internacional de Cargas da Serra. Foto: Fábio Barcelos

Yuri Scardini

Ex-deputado, o vereador e médico Luiz Carlos Moreira assumiu a liderança do governo Audifax Barcelos (Rede) na Câmara em 2015. Experiente, Moreira fala sobre a atual situação política da Serra, que deverá ter uma eleição muito polarizada, além da explosiva conjuntura nacional.  

Em 2015 o senhor foi acometido por sérios problemas de saúde. Dá para aguentar o tranco neste ano eleitoral?

Foram dois graves problemas. Um deles em fevereiro, quando fui acometido por uma calcificação de válvula aórtica. Isso levou a um aneurisma de um ramo da aorta que foi descoberto no pré-operatório.  Não tinha nem diagnóstico ainda. Operei e com 17 dias eu estava de alta e 20 dias depois, trabalhando. Agora estou com a saúde 100% e muito animado com estas eleições.

Como avalia a produção dos vereadores da Serra nesta legislatura?
Hoje a Câmara se resume a uma parte que está com Audifax e outra contra. Os projetos dos vereadores pouco trazem benefícios no dia a dia. A Câmara não foi produtiva para legislar. Poderíamos ter trazido figuras como a senadora Rose de Freitas e Ricardo Ferraço para discutir obras importantes, como do aeroporto e Contorno do Mestre Álvaro. Poderíamos ter feito um verdadeiro balcão político de bons proveitos para a Serra e perdemos essa oportunidade.
Diante disso e também das mudanças nas regras eleitorais, o senhor crê em manutenção da média história de 50% e renovação na Câmara?  

Com a campanha eleitoral de apenas 45 dias, se beneficia quem está no mandato. Além disso, as redes sociais terão um grande papel no processo. Outas dificuldade será a captação de recursos que ficou muito mais complicada. É uma gama de dificuldade que somadas transforma esta eleição em uma incógnita. Mas acho que esta média deve se manter.

O senhor assumiu a posição de líder do Executivo na Câmara em um momento de muita tensão entre a casa e o prefeito Audifax. Como foi possível abaixar o nível dessa tensão? 

Duas coisas muito simples: diálogo e respeito. Mesmo convivendo como adversário do prefeito, temos de respeitá-lo. E o voto é igual para os 23 vereadores. Faltou do Executivo mais conversa e entendimento, logo, ficaram estas lacunas para eu preencher. Tivemos praticamente 100% dos projetos aprovados e não tivemos problema nos dois últimos orçamentos apresentados a Câmara, por exemplo.

Houve especulações de que você poderia deixar de ser o líder do prefeito na Câmara.  É verdade?

Tem procedência em função do momento que eu atravessei com minha saúde, e a liderança não contribuía em nada. Mas, graças a Deus, consegui me recuperar. A liderança para mim não diz respeito ao prefeito e sim para a cidade da Serra. A gestão vem caminhando em um momento econômico difícil, mas a cidade vem caminhando bem.

Como o senhor avalia esses três anos da gestão Audifax?

Audifax é um excelente gestor, organiza bem as finanças municipais. Tenho muitas diferenças com ele no âmbito político. Mas logo às 6h da manhã ele já está na rua, todos os dias. É incrível ver quase todas as semanas uma ordem de serviço assinada ou uma inauguração de obra em meio a uma crise econômica fortíssima.

Há especulações de que os vereadores Boy e Jorjão possam deixar o PMDB…

Na política há muita fofoca. O Boy está totalmente afinado com o partido, é uma pessoa que tenho uma relação muito boa. Até acredito que tenha recebido convites de outras siglas, mas a situação dele no PMDB é muito boa para disputar a eleição. Da mesma forma que o Jorjão, vai continuar no partido, e tenho certeza que o partido vai ajudar muito no processo eleitoral.

Como o senhor vê esta polarização política entre Audifax e Vidigal?

Os dois são capacitados, produziram muito para a cidade. Mas a briga de poder entre os dois causa um desserviço para a cidade, essa história de criatura contra o criador.  Eles poderiam estar juntos em projetos inteligentes se não fossem tão carrancudos.


E as terceiras vias que têm se colocado, como Bruno Lamas (PSB), Vandinho Leite (PSDB)?

Acho que nesse processo não vai ter espaço para uma terceira via. Não acredito que Vandinho e Bruno serão candidatos. O Vandinho precisa crescer, para depois vir como deputado federal. E Bruno ganhou recentemente para deputado estadual, e tem compromisso com o Prefeito, se não sua mãe não seria Secretária de Educação. Mas é um nome muito bom. Se continuasse com a candidatura, o PMDB poderia ir forte com ele.

O PT também tem se colocado como uma candidatura própria, o deputado Givaldo Vieira tem espaço eleitoral neste pleito?

Tenho muito respeito e orgulho de Givaldo. Mas hoje ele vive um conflito interno, que é o PT. Hoje em dia dizer que é candidato com a estrelinha vermelha é complicado. É um partido que não sabe o que quer, fica mamando na prefeitura e ao mesmo tempo alisando o Vidigal. Terão dificuldades para arrumar até candidatos a vereadores.

Como o senhor acha que o governador Paulo Hartung (PMDB) irá trabalhar nesta eleição na Serra?

O Paulo é o maior estrategista que tem no estado e o melhor gestor que conheci. Vidigal só encostou nele agora, mas já foi contra ele. Na época Vidigal fez um compromisso com Hartung que não seria candidato a governador, e saiu dali e se juntou com os Max’s, e logo depois se voltou contra o Paulo. Por conta disso, Vidigal ficou na geladeira por muito tempo.  Não acredito na candidatura dele, por que acho que é dar um passo atrás, pois já foi prefeito por três mandatos e não tem mais nada o que fazer aqui. O PDT pode até ter um candidato, mas não ele. Hartung conhece o trabalho de Audifax. Não acredito vá se meter na briga entre Audifax e Vidigal.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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