Vidigal dá o pontapé para o planejar a Serra nos próximos 20 anos: “foi assim que fizemos do limão uma limonada”

Vidigal (ao centro) assina parceria entre Ases e IJSN que vão ajudar a empresa Macroplan no planejamento estratégico da Serra 2024 – 2044. Crédito: Edson Reis.

Na manhã desta terça-feira (07), o prefeito Sergio Vidigal deu início ao planejamento estratégico 2024-2044. O objetivo é realizar um estudo abrangente, baseado em diagnósticos pautados em dados e informações, para então projetar soluções e alternativas de acordo com cenários estimados. Esta não é a primeira vez; na verdade, o primeiro planejamento estratégico da história da Serra foi realizado por Vidigal em seu primeiro mandato (1997 – 2000), sendo atualizado e reformulado nos mandatos subsequentes e dando origem a muitos projetos e investimentos que hoje estão consolidados.

O evento ocorreu no auditório do Hotel Serra Grande e reuniu diversos segmentos da sociedade civil organizada, além de representantes dos setores públicos e privados. A Associação dos Empresários da Serra (ASES) será responsável pela coordenação do projeto. A empresa de consultoria Macroplan, reconhecida nacionalmente e com diversos trabalhos realizados também no Espírito Santo, será tecnicamente responsável pelo planejamento estratégico.

Além disso, o estudo contará com o apoio do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), principal subsidiário de conhecimento para promover políticas públicas de desenvolvimento socioeconômico do Espírito Santo.

De acordo com Vidigal, o planejamento estratégico 2024-2044 segue a tradição de seus governos de projetar e direcionar o futuro crescimento da Serra. Ele lembrou que foi por meio desses estudos que diversas obras foram idealizadas e posteriormente realizadas, tais como o Hospital Materno Infantil, o Binário da Norte Sul e o Contorno do Mestre Álvaro. Vidigal defendeu ainda que foi somente por meio desses planejamentos que a Serra superou uma condição de total desestruturação do poder público, que em 1997, ele assumiu uma prefeitura falida e, planejando, transformou muitos aspectos da vida em sociedade na Serra.

“A Serra precisa de um planejamento eficaz para honrar a dívida social. O crescimento populacional da Serra é sem precedentes no Brasil. Da década de 60 para 70, não chegávamos a 20 mil habitantes. Hoje, já somos mais de meio milhão. Esse crescimento ocorreu principalmente por meio da migração de uma população operária que depende muito do poder público. Em 1997, assumi uma prefeitura falida e foi planejando que transformamos o limão em limonada. Todos os dias me preocupo com o aumento dos custos públicos; por isso, precisamos antecipar nossos planos para evitar retrocessos”, disse Vidigal.

Vidigal também mencionou um problema oculto que, em sua visão, muitos gestores ainda não perceberam: os efeitos prolongados da pandemia, que impactarão a saúde, a educação e a geração de renda e riqueza por muitos anos. O prefeito defendeu um crescimento socioeconômico em direção ao litoral da Serra, área que ele acredita ter grande potencial para impulsionar a qualidade de vida na cidade. As mudanças no sistema de transporte coletivo e os possíveis impactos da Reforma Tributária também foram destacados pelo prefeito como itens essenciais para o foco do planejamento estratégico.

O prefeito lembrou que a Serra está vivenciando o maior ciclo de investimentos públicos de sua história, com contribuições da Prefeitura da Serra, do Governo do Estado e do Governo Federal. “Vamos fechar esses quatro anos com R$ 3 bilhões em investimentos. Isso é muito significativo em termos de ambiente de negócios, geração de empregos e de riqueza. Não podemos comprometer nossa capacidade de investir, pois a grande maioria da população depende dos serviços públicos. Realizamos 150 mil atendimentos por mês nas UPAs, atendemos a 70 mil alunos. Em 2 anos e 5 meses de funcionamento, o Hospital Materno Infantil realizou 10 mil partos. Há cidades no ES que não têm nem esse número de habitantes”, acrescentou.

O prefeito ainda comparou a Serra com Vitória, que, em sua visão, tem uma realidade social muito superior, mas mesmo assim, a Serra mostra resultados melhores em diversas áreas. “Vitória tem cinco bairros com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) similar ao da Noruega; além disso, tem 200 mil habitantes a menos e uma receita orçamentária de R$ 600 milhões a mais. Mesmo assim, a Serra se destaca com uma estrutura de oferta de serviços públicos muito maior”, disse Vidigal.

“Não queremos atrair apenas a classe média para a Serra, mas também promover a ascensão social da população; daquela de baixa renda que acreditou na cidade desde o começo. Esse planejamento é um instrumento para melhorar a vida dos nossos filhos e netos no futuro”, concluiu.

Yuri Scardini

Morador da Serra, Yuri Scardini é repórter do Tempo Novo. Atualmente, o jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a editoria de política.

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