Política

Vidigal confirma marcação online de consultas e contratação de 120 médicos em dezembro

Foto: divulgação/PMS

Em tempos normais, a Saúde já é uma das áreas mais complexas do serviço público; e o desafio é ainda maior em meio a uma pandemia. Transcorridos quase dois anos da chegada do novo coronavírus e com o avanço da vacinação, o desafio vai voltando a ser o atendimento médico para os diversos problemas de saúde nas Upa’s e Unidades de Saúde.

Entre a maior dificuldade encontrada pela população é a falta de médicos nos postos. De acordo com Vidigal, esse problema piorou após o Governo Federal, na gestão de Jair Bolsonaro, acabar com o Programa Mais Médicos, que retirou da Serra, 120 profissionais em sua maioria cubanos.

Além disso, ele confirmou a contratação de uma empresa para fornecer a mão de obra médica já começando em dezembro. A medida é uma forma de contornar a pouca atratividade do salário oferecido na Serra, que neste momento não pode ser aumentado em vista da Lei de Enfrentamento ao Coronavírus proíbe reajuste salarial. Vidigal também anunciou a implantação da marcação de consultas online, entre outros temas.

A Prefeitura tentou contratar uma empresa para acrescentar plantões médicos. Como está isso?

O congestionamento das Upas é devido a uma redução de oferta de serviços da atenção primária, que se agravou em 2019, quando o Governo Federal resolveu encerrar o Programa Mais Médicos e criar o Médicos pelo Brasil. A Serra perdeu 120 médicos que eram remunerados pelo Governo. Não conseguimos compensar com profissionais brasileiros; dos 120, hoje nós não temos 50; e desses, quando surge uma nova oportunidade eles abandonam. Sem contar que não topam fazer a carga horária que o programa prevê.

Não cumprir carga horário é uma das maiores queixas da população… O que é cabível ao município fazer nestes casos, já que é um Programa Federal?

O ministro da Saúde [Marcelo Queiroga] esteve aqui recentemente, e eu sugeri que fosse definida uma portaria que dê autonomia ao município para punir os profissionais que entram no programa e não cumprem a carga horária; porque se o município tivesse esse poder eu cortaria o salário desse profissional. Nossa saída é trabalhar com contratação temporária. Mas também temos limitações…

Vidigal com o ministro de Saúde Marcelo Queiroga em 11 de novembro desse ano. Foto: divulgação

De que limitações estamos falando? Pois nesse caso o município tem autonomia…

A primeira é o salário inicial referente a 20 horas, que é de R$ 2.800. Como a Lei Complementar 173/2020 [Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus que termina em 31 de dezembro de 2021] não podemos dar reajuste salarial. Ano que vem vamos rever esta questão salarial, mas tivemos que buscar outras alternativas. Uma delas é contratar uma empresa que nos forneça profissionais de saúde para a Upa [de Serra Sede], isso nós já conseguimos resolver. As outras duas é uma OS que faz a gestão [Upa’s de Carapina e Catelândia].

E para as Unidades de Saúde?

Estamos terminando de resolver agora. Contratamos uma empresa e vamos pagar profissionais por hora trabalhada para as unidades de saúde nas especialidades de pediatria, ginecologia e generalista. Isso é bom e é ruim; conseguimos atender a uma demanda emergencial neste primeiro momento; mas é ruim porque não cria vínculo do paciente com o médico.

Esse vínculo de paciente e médico era um dos pontos-chave do Programa Mais Médicos…

Os médicos cubanos chegavam à unidade e só iam embora quando fechava, visitava a família, isso dava muito mais tranquilidade às pessoas; a rapidez no atendimento… atendia às demandas espontâneas. Hoje isso acabou, se tem uma dorzinha de cabeça o paciente tem que ir para a UPA. Então acho que esse cenário a gente vai minimizar a partir da segunda quinzena de novembro.

Então está confirmada a contratação da empresa que vai fornecer a mão de obra médica?

Já está certo; estamos terminando de formalizar o contrato. Tivemos que habilitar a quinta selecionada, porque as outras não conseguiram atender aos critérios técnicos. A previsão é que a gente tenha, entre pediatras, ginecologistas e generalista, em torno de 120 profissionais, já em dezembro.

Com essa medida a Prefeitura entende que vai conseguir sanar o problema das filas nas unidades de saúde?

Vai ajudar muito e isso vai permitir colocar em funcionamento o agendamento online para consultas com tempo de marcação curto. Não pode se estender muito porque um dos problemas grandes em relação ao agendamento prévio é que no dia do atendimento o paciente não aparece. Para se ter uma ideia, fizemos um mutirão em um fim de semana com 180 pessoas mas somente 60 apareceram.

E para 2022, o que podemos esperar além de um reajuste que citou acima?

Vamos ampliar o nosso concurso público principalmente para a Estratégia da Família, que tem que ter vínculos com o município. Assim poderemos investir na capacitação e na qualificação desses profissionais e ter a garantia de que eles vão se manter conosco.

Vimos que o Ames [Ambulatório Municipal de Especialidades] está passando por uma reestruturação, como vai funcionar?

Quando assumi tinha 11 especialistas e agora estamos com 39. Temos lá psiquiatria, psiquiatria infantil, ortopedia, reumatologia, alergista, por exemplo. Estamos terminando uma licitação para colocar atendimento oftalmológico como era antigamente. Hoje, as maiores demandas de especialidades são ortopedia e oftalmo. A terceira é psiquiatria, estamos com quatro psiquiatras lá; dois de adulto e dois infantis. Mas o que a gente quer é colocar um psiquiatra nas regionais [seis ao total] porque a demanda é muito grande, especialmente nesse cenário de pandemia. Depois da ortopedia a previsão é de que a demanda maior seja a saúde mental.

Yuri Scardini

Morador da Serra, Yuri Scardini é repórter do Tempo Novo. Atualmente, o jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a editoria de política.

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