Política

Vídeo | Vereadoras da Serra acusam colegas homens de cometer crime de violência de gênero

 O plenário da Câmara da Serra foi palco de mais um caso de brigas, discussões e ofensas que transcenderam os limites do debate de ideias e da retórica política – prevista e estimulada em todas as democracias do mundo como ferramenta de promoção da pluralidade da vida em sociedade. Exaltados, os vereadores Pablo Muribeca (Patriota) e Sérgio Peixoto (PROS) ainda desceram um degrau a mais ao deslegitimar com agressões verbais uma vereadora no exercício de seu mandato.

O fato ocorreu na sessão da última quarta-feira (22), após a vereadora Raphaela Moraes (Rede) tecer críticas ao atendimento recebido em uma unidade de saúde da cidade, a quem ela acusa de desrespeito. “Precisei responder à altura àquela população que clamava por ajuda, na frente da gerente daquela unidade, que foi quem me desrespeitou. Daqui a pouco vocês vão ver isso nas redes sociais”, sugeriu a vereadora.

Após a fala o sessão continuou, até que o vereador Pablo Muribeca subiu na tribuna da Câmara e fez um discurso recheado de ofensas pessoais a sua colega parlamentar.

“Não aceitarei injustiça, e hoje pude ouvir de pessoas que a vereadora Raphaela usa de oportunismo para ir na Unidade de Saúde de São Marcos, onde durante um ano e meio de mandato nunca pisou, e foi tentar despromover o trabalho de excelência da gerente Tatiane. A vereadora oportunista vai para a causa da saúde, fazer o que não sabe”, começou Pablo.

Ele seguiu deslegitimando as críticas da vereadora e relacionando a interesses eleitorais: “Não vem contar mentira para a população porque é pré-candidata a deputada federal quer fazer campanha em cima da desgraça dos outros. Isso eu não aceito e vou fazer uma nota de repúdio para vossa excelência, porque não sou base aliada de político, mas da população. Uma vereadora que nunca foi lá na saúde, vai lá se engrandecer. Acho que deveria ter senso ao invés de fazer fala hipócrita. Reavalie sua conduta como vereadora da Serra ao chegar a um local e tratar um gerente dessa forma. Não vou aceitar injustiça com funcionário que trata bem a população. Quer receber respeito, dê respeito”, disparou Pablo, aos gritos.

Outro que disparou contra a vereadora foi o veterano Sérgio Peixoto (Pros). Sempre comedido com as palavras, o parlamentar subiu o tom durante seu discurso. “Vereadora, se controle, pelo amor de Deus”, gritou, referindo-se à Raphaela, que ainda comentava o discurso de Pablo e por fim ainda a classificou como “descontrolada”.

Após o ocorrido, o vereador Anderson Muniz (Podemos) e a vereadora Elcimara Loureiro (PP) se revoltaram e criticaram as falas dos colegas, classificando-as como violência de gênero; outros vereadores ainda apoiaram Raphaela, como Saulinho da Academia.

Em conversa com a reportagem, Raphaela lamentou o ocorrido. “Sofri violência de gênero e institucional pela fala de dois vereadores. Fui a uma unidade de saúde da Serra, me vacinar nesta tarde, tendo chegado ao local e sido abordada pela população que apontou a ausência de máscara, álcool, medicamento e sabonete nos banheiros, além de água no bebedouro. A gerente me abordou de forma agressiva e comentei na sessão de hoje que divulgaria a situação da UBS na minha rede social, bem como, oficializei ainda na tarde de hoje ao Município informando essa situação. Infelizmente os dois vereadores não respeitaram meu direito como mulher, cidadã e vereadora”, comentou.

A vereadora Elcimara Loureiro (PP) saiu em defesa da colega. “Me causa maior indignação que o vereador que desrespeitou a colega, tem sérios comportamentos, de fato, questionáveis quanto a sua fiscalização ao invadir UPAS, invadir consultório médico em atendimento, filmar servidores, mas ele é homem, então pode fazer, pode expor, desrespeitar, ou seja, fazer o que quiser”, avaliou.

Vale ressaltar que no Brasil, a chamada violência de gênero é crime e passível de punição na esfera cível e criminal, caso seja comprovado judicialmente o fato e a gravidade do mesmo.

Histórico:

Esta não é a primeira vez que os vereadores da atual legislatura entram em rota de colisão.   Já houve registros de brigas nos corredores da Casa; bate-boca no interior do plenário e até ações judiciais entre os parlamentares da Serra na atual legislatura.

Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 18 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

Últimas postagens

Eleições 2024: conheça Anderson Muniz e seus projetos como vereador da Serra

Este ano, eleitores de todo o Brasil vão às urnas escolher os novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em todos os…

20 minutos atrás

Cervejaria promove tributo a Bob Marley no sábado na Serra

Neste sábado (11), o Dia Nacional do Reggae será comemorado na Serra com um tributo especial na Cervejaria Incrível, em…

32 minutos atrás

Leilão da Receita Federal oferta veículos e iPhones com lances a partir de R$ 500

MATHEUS OLIVEIRA Participar de leilões da Receita Federal pode ser atraente. Afinal, não é sempre que há um relógio inteligente…

33 minutos atrás

Gratuito | Instituto abre inscrição de curso para mulheres e público LGBTQIA+ na Serra

O Instituto PEB está com inscrições abertas para interessados em aprender uma nova profissão na Serra. As inscrições para preencher…

3 horas atrás

Pesquisa | Sucessão de Vidigal com Weverson é bastante promissora; Audifax cresce seguido de Pablo

Decisão editorial: Em termos de audiência para o veículo de comunicação, seria ideal publicar a pesquisa contratada junto à Qualitest…

3 horas atrás