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Vídeo | Macacos ameaçados de extinção são avistados na restinga de praias da Serra

A última área significativa de mata de restinga do litoral da Serra, fica entre Costa Bela e Nova Almeida. Dentre os ‘tesouros’ da fauna de da flora que ainda resistem nessa faixa de floresta de beira de praia, uma em especial tem chamado atenção dos ambientalistas: o macaco bugio.

Trata-se de um primata de maior porte, podendo chegar até 10 kg. E está ameaçado de extinção, tanto pela destruição de seu habitat e caça, quando pela epidemia de febre amarela ocorrida entre 2016 e 2018, que reduziu drasticamente a população desses animais.

A presença dos bichos é notada por moradores de Costa Bela. Tanto que na semana passada um macaco foi filmado na mata vizinha às casas. Veja o vídeo.

Morador do bairro e ativista ambiental da Associação de Surf do Estado do Espírito Santo (ASEES), Pablo Torres, disse que as imagens foram feito por um amigo. “É muito difícil ver essa espécie em ambiente urbano. Já foram avistados macacos sozinhos e em bando.  A mata tem de estar bem preservada para eles conseguirem sobreviver. É super importante divulgar a existência dessa espécie aqui na região para fortalecer a ideia de proteger esse ecossistema”, avalia.

Além de cobrar a implantação de uma unidade de conservação no formato de parque (reserva ambiental), Pablo também pede a despoluição do córrego que desce da parte alta do bairro e deságua na praia. Esse córrego está contaminado por esgoto lançado ilegalmente na rede de drenagem pluvial. Recentemente Tempo Novo fez reportagem sobre a situação. Confira aqui.

“A prefeitura precisa agir e notificar os poluidores antes que esses macacos morram contaminados com essa água podre”, alerta o ativista.

Em nota, a Prefeitura da Serra disse que denúncias sobre lançamento clandestino de esgoto podem ser feitas pelo site no link da ouvidoria. Ou pelo telefone 162. Afirmou ainda que está articulando cooperação técnica com a concessionária Ambiental Serra/Cesan para fiscalizar imóveis que lançam esgoto ilegalmente.

Por sua vez, a Concessionária Ambiental Serra/Cesan, também por nota, prometeu implantar rede de coleta e tratamento de esgoto em Costa Bela até o ano que vem.

Caça e atropelamentos também são ameaças

Os bugios da restinga de Costa Bela também correm perigo por conta do risco de atropelamentos na rodovia ES 010 – que não possui passagens para fauna – e pela ação criminosa de caçadores. O alerta é o ativista Claudiney Rocha, que dirige o Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (Ibraff).

A ong é sediada e atua na região da Grande Jacaraípe. E, desde maio, retomou o trabalho de monitoramento da fauna  que habita a restinga.

“Não são só os bugios. Ali existem outras espécies como cachorro do mato, veado, saguis, ouriços, lagartos, cobras, pássaros. E acontecem muitos atropelamentos. Por isso uma das nossas reivindicações é a implantação de túneis sob a pista para os bichos que vivem mais no chão e pontes para os animais arborícolas, como os macacos”, pontua o ativista, que divulga mensalmente os registros de atropelamentos na página do Ibraff no Instagram.

Da Juara ao litoral

Claudiney acrescenta que os animais atravessam a rodovia com frequência porque do lado oposto estão as principais fontes d’água ainda limpas na região.  “No caso dos bugios, eles se deslocam por uma área grande, que vai do entorno da lagoa Juara, passando por onde está sendo feito o Contorno de Jacaraípe (ES 115) até a restinga entre Costa Bela e Nova Almeida”, revela.

O ativista diz que, nos últimos anos, reduziu a quantidade de bugios avistada na região. “Quando iniciamos o monitoramento em 2016 havia dois grupos grandes de bugios, de 10 a 15 indivíduos cada. Agora vejo  só um grupo e em número menor. Nós registramos pelo menos um bugio morto perto da rodovia Audifax Barcelos na época da febre amarela. Mas creio que outros possam ter sido mortos por caçadores, que até hoje atuam na região”, denuncia.

Por fim. Claudiney explicou que a restinga entre Costa Bela e Marbela faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Federal Costa das Algas, que abrange trechos da orla e territórios marinhos entre os municípios de Serra e Aracruz.  Mas defendeu a idéia do ativista da ASEES, Pablo Torres, de criar um parque na restinga, justificando que isso daria mais proteção jurídica a esse pedaço de floresta costeira.

 

Redação Jornal Tempo Novo

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