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Vale é indiciada por crime ambiental e diretores por homicídios em Brumadinho

O rompimento da barragem aconteceu no dia 25 de janeiro de 2019 e matou 270 pessoas. Foto: Foto: Agência Brasil/Reuters/Washington Alves

Na semana em que completará um ano do rompimento de uma barragem de rejeitos da mineração da Vale, em Brumadinho (MG), a mineradora foi indiciada por diversos crimes ambientais. O ex-presidente da empresa, Fábio Schvartsman, e mais diretores ligados à mineradora na época do rompimento também foram indiciados por homicídios dolosos duplamente qualificados.

O indiciamento se estende, ainda, à empresa Tüv Süd – e funcionários da mesma –, que fez o laudo indicando estabilidade na barragem da Vale, que ao romper, em 25 de janeiro de 2019, matou 270 pessoas, deixou um rastro de destruição ambiental, além de um impacto econômico que chegou ao Espírito Santo e à Serra.

O indiciamento foi feito na última terça-feira (21) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a partir de investigação feita em conjunto com a Polícia Civil daquele estado. Segundo texto divulgado no site do MPGM, a Vale e a Tüv Süd ocultaram, de propósito, informações sobre a real situação da estrutura para não arranhar a imagem da Vale e impedir a desvalorização da mineradora no mercado, segundo o MPMG.

O rompimento da barragem lançou 9,7 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeito de mineração, soterrando pessoas, florestas, cultivos e propriedades rurais de terceiros. Também contaminou a bacia de um dos rios que abastece Belo Horizonte, o Paraopeba, além de atingir o rio São Francisco, única fonte de água perene para boa parte do sertão nordestino.

Diferente da bacia do rio Doce, devastada pelos 40 milhões de m3 da lama da Samarco (Vale + BHP), lançada em novembro de 2015, a bacia Paraopeba/São Francisco não chegou ao ES. Mas o impacto do estouro da barragem de Brumadinho foi sentido por aqui na economia. Isso porque gerou o fechamento de diversas lavras da Vale e de outras mineradoras que forneciam minério ao Complexo de Tubarão, entre Serra e Vitória.

Com isso, as exportações de minério de ferro por Tubarão recuaram quase 30% entre 2018 e 2019, segundo o Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do ES (Sindiex). No mesmo período, as vendas de minério de ferro em pelotas recuaram quase 25%.

Em nota, a Vale disse que “expressa sua perplexidade ante as acusações de dolo. Importante lembrar que outros órgãos também investigam o caso, sendo prematuro apontar assunção de risco consciente para provocar uma deliberada ruptura da barragem”.

Já a Tüv Süd afirma, também por nota, que enquanto processos legais estiverem em curso e as causas reais do rompimento apuradas de forma conclusiva, não poderá fornecer mais informações.

Mineradora diz que pó vermelho lançado em Tubarão não é tóxico

O pó vermelho lançado no ar pela Vale no Complexo de Tubarão, no dia 13 de janeiro, não é tóxica, segundo a mineradora. Responsável pelo licenciamento da empresa e pela fiscalização da qualidade do ar na Grande Vitória, o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) não havia definido, até à tarde de ontem (23), se punirá a Vale pela poluição.

Em nota, o Iema disse que técnicos do órgão estão avaliando relatório feito pela Vale e entregue no último dia 14 ao Instituto. A nota diz, ainda, que a mineradora informou ao Iema não se tratar de produto tóxico.

Também por nota, a Vale disse que o material é minério de ferro que escapou de um dos fornos. Segundo a empresa, o minério de ferro é considerado inerte e não tóxico. A mineradora acrescenta que tomou as medidas para interromper a emissão, que durou dois minutos e 41 segundos.

Ativista da Ong Juntos SOS ES Ambiental, Eraylton Moreschi criticou a postura do Iema. Segundo ele, o próprio órgão estadual estabeleceu na Licença de Operação (LO) nº 123 de 2018 a proibição de emissões visíveis. A LO renovou a autorização para funcionamento da mineradora. Eraylton acrescenta que emissões visíveis de poeira são recorrentes em Tubarão.

Redação Jornal Tempo Novo

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