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Unidos na tragédia | Leia o artigo de opinião do Jornal Tempo Novo

Em Iconha, a chuva castigou com força os moradores. Foto: Agência Brasil

 

Por Yuri Scardini

O sol parece que está voltando, mas o sinal ainda é de alerta por contas das chuvas, que deixaram marcas trágicas nesse início de 2020. Quais lições podem ser tiradas disso tudo?

Uma delas é de que as mudanças climáticas seguem em ritmo acelerado e, nos próximos anos, vivenciaremos ainda mais a era dos extremos, com chuvas catastróficas seguidas de períodos de seca.

Outra lição – talvez a mais óbvia – é a falta de infraestrutura e de governança das cidades a fim de se prepararem para momentos dessa natureza. Um ‘ponto positivo’ foi ver a solidariedade popular, com o trabalho de voluntários e doações, inclusive em dinheiro, como um advogado [que mora no Rio] e doou R$ 1 milhão para ajudar a reconstruir sua cidade natal, Cachoeiro de Itapemirim.

Essa mobilização popular colocou no mesmo patamar e uniu discursos de esquerda, de direita e de várias outras frentes ideológicas.

Mas é preciso frisar: ajuda popular. Porque especialmente as grandes empresas deram um show de omissão. Onde está a Vale, por exemplo, responsável por impactos históricos – e recentes – no Espírito Santo, e que se vende como uma empresa possuidora de uma suposta ‘consciência social’. A Vale é a mesma poluidora que omite ajuda à população capixaba e, ao mesmo tempo, recebe dinheiro público para manter a Estação Conhecimento, em Cidade Continental, na Serra.

Outra lição possível foi ver um Estado forte e fraternal, ‘de carne e osso’, cuidando de pessoas e comunidades. O Governo esteve/está presente desde o início das chuvas e aprovou medidas de transferência direta de renda e outras que devem mitigar parte dos impactos e dar suporte à administração dos municípios atingidos.

A ideia de um Estado mínimo e não-interventor cai por terra em períodos catastróficos, quando o Estado precisa estar presente como ‘uma mãe’. A fase, agora, é de luto pelos que se foram, de cuidar dos feridos, desabrigados e desalojados e tomar fôlego para a reconstrução.

Todos os municípios, especialmente os mais frágeis em termos econômicos, vão precisar de muita ajuda dos governos estadual e federal, pois, sozinhos, não conseguirão se levantar, dado o tamanho do prejuízo.

Redação Jornal Tempo Novo

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