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Triste capítulo

Em um domingo de abril do ano passado era votado o afastamento da ex-presidenta Dilma Rousseff, que culminaria com a perda de seu mandato. Os discursos a favor de sua saída se pautavam na família – dos próprios deputados -, na ética e afins. A acusação principal: utilização de procedimentos orçamentários para atrasar repasses de recursos do Tesouro Nacional para instituições bancárias, referentes ao Plano Safra e outros programas de cunho social. Esse procedimento ficou conhecido como pedaladas fiscais.

À época Dilma passava por um desgaste político intenso na Câmara, cujo presidente era ninguém menos que Eduardo Cunha. Parte considerável da população desejava sua saída da presidência.

Agora, se decidia sobre o afastamento de outro presidente, mas as acusações e as provas eram bastante diferentes do primeiro caso.

Gravação envolvendo Michel Temer sinalizando a manutenção do silêncio de Cunha na prisão. Delação do dono da JBS dizendo que Temer cobrou propinas milionárias. Um ex-assessor direto do presidente filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil. Estas são algumas das evidências da acusação de corrupção passiva apresentadas.

Ademais, no final de julho, nada menos que 70% da população avaliou o Governo Temer como ruim ou péssimo. Mas nem a opinião da sociedade, nem as provas apresentadas convenceram 263 deputados que absolveram Temer de um julgamento no STF.

Quais as diferenças entre o primeiro e o segundo caso de afastamento? Várias, mas uma chama a atenção: R$ 4 bilhões em emendas parlamentares para os aliados do presidente, segundo a ONG Contas Abertas.

Diante desse contexto, alguém ainda acha que a atual legislatura federal ou o governo vão fazer algo em consonância com a vontade popular? Alguém ainda crê que vai vir alguma reforma que realmente beneficie a sociedade?

Eu me despeço aqui por não acreditar nesse ciclo político. Deposito minhas esperanças em outubro de 2018 ou em um levante social antes disso para mudar a atual situação.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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