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“Todos da classe política, inclusive eu, tem que fazer uma autocrítica”

Audifax fez um balanço sobre as obras e investimentos que pretende realizar nos próximos dois últimos anos de mandato. Foto: Gabriel Almeida

Com a expectativa de promover obras e conceder reajuste nos salários dos servidores públicos no ano que vem, o prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede), tem clareza da escassez de recursos, mas aposta na capacidade de gestão. Nesta entrevista ele prega união e sugere que a classe política faça uma “autocrítica” a partir do resultado da eleição do 1º turno, onde ele afirma que “todos os candidatos da Serra perderam”. Audifax também demostra preocupação com o futuro do Brasil, em função do excesso de “radicalismo” e “ódio”.

O podemos esperar em termos de investimentos para os próximos dois anos?

 A expectativa é muito boa. No campo da saúde, posso destacar a Upa de Castelândia no meio do ano que vem; e no final do ano (2019) o Hospital Infantil, o mais tardar no primeiro trimestre de 2020.

 E na Educação?

 Pretendo entregar mais dez creches e uma escola e começar mais duas, o que é um avanço grande. E na área da cultura, nós começamos a obra de Queimados, pretendo entregar no ano que vem, é um sonho no meio cultural. Há quarenta anos essa obra é pleiteada.

 E sobre infraestrutura, qual o planejamento da Prefeitura?

 Já demos o pontapé para a rotatória de Maringá que vai economizar tempo no transito e salvar vidas. Em 2019 quero começar o mergulhão da Rotatória do Ó; que vai dar fluidez a essa região da Grande Laranjeiras, além de ser uma obra belíssima. Posso estimar também mais de R$ 60 milhões para pavimentação em vários bairros. Temos também a duplicação do Parque da Cidade; quero entregar no final desse ano ou início do ano que vem e muitas outras obras.

 Mesmo com esse cenário de crise, será possível realizar todas essas obras?

 Esse ano vai ter um orçamento equivalente ao de dez anos atrás, porém aumentamos mais de 120 mil habitantes. Tem que ser criativo, buscar parcerias e ser responsável. O governador Paulo Hartung (MDB) tem nos ajudando bastante com alguns convênios e temos buscado investimento de financiamento também. 

 Como todas essas obras, o custeio também vai crescer. Como equilibrar essa conta?

 Esse é o grande desafio do gestor hoje: manter investimentos, com a despesa aumentando e receita caindo. São poucos municípios no Brasil que têm esse grau de investimento. Isso é organização e equipe. Zeramos as coisas, do ponto de vista de dívidas, o que nos deu uma capacidade de endividamento sustentável. Posso pegar recursos com bancos, sem comprometer as finanças e o futuro da cidade e, ao mesmo tempo, fazer a Serra andar.

O que os servidores podem esperar do prefeito para os próximos anos?

 Reconheço publicamente que nós estamos em dívida com o servidor e no ano que vem eu vou dar um reajuste para eles, quero fazer isso em abril ou maio. Já incluímos essa previsão no orçamento do ano que vem. Não fizemos antes pelas condições financeiras. 

Está garantido o valor de R$ 55 milhões para o Orçamento Participativo?

 Uma grande parte desse recurso que eu já consegui junto às operações de crédito e vai contemplar as questões de pavimentação. E as outras obras vamos fazer com recurso próprio. 

Como avalia o resultado do primeiro turno das eleições 2018; tanto para a Serra como para o seu grupo político?

 Entendo que todos perderam; só que alguns perderam pouco, outros perderam muito. Todos da classe política, inclusive eu, tem que fazer uma autocrítica. Minha expectativa é de que as pessoas que ganharam a eleição na Serra, que façam as coisas pela cidade. Lógico que o papel do parlamentar é legislar, mas que seja possível também trazer investimentos para o prefeito executar obras.

Essa renovação observada na eleição é positiva?

 A renovação é fundamental; não tenho nenhuma crítica só porque é novo; muito pelo contrário. É algo positivo e democrático também. A população mandou recado para todo mundo. Temos que reavaliar algumas coisas, por exemplo, esse negócio de reeleição. Quem subestima a população está enganado. Não adianta buscar a população só em época de eleição, ninguém aceita isso mais. 

Você foi o padrinho da candidatura de Fabiano Contarato, eleito para o senado. Como explicar esse fenômeno?

 O Contarato tem luz própria. O que nós fizemos foi dar a oportunidade. Tínhamos a percepção da mudança, do desgaste dos dois senadores. E ele com seu talento conseguiu fazer o que fez. Foi uma luta muito grande na hora de fazer as coligações porque poucos acreditavam. A gente passou momentos difíceis, fui criticado na época, mas a gente enxergou além.

 O que fazer com a Rede, uma vez que o partido não superou a clausula de barreira?

 Essa é uma grande preocupação, não vou negar. Podemos juntar ao PV, o PPS e o Podemos. Estarei em Brasília semana que vem para discutir isso e emitir a opinião nossa aqui do ES.

Como está o planejamento do seu grupo político para apresentar um sucessor do seu trabalho aqui na Serra, em 2020?

 O mais importante nesses dois anos é terminar o mandato bem.  E vamos discutir eleição lá na frente. Quando o Brasil vai mal, repercute na gente também. Pois grande parte da população não diferencia. Se o Brasil estiver mal e mesmo eu fazendo tudo isso, não vou me iludir, a avaliação não vai ser muito boa.

 Como será a relação do Audifax com o governador eleito Renato Casagrande (PSB)?

 A eleição acabou, está na hora de juntar forças. A Serra é a maior cidade do ES. Então eu tenho certeza que Casagrande vai olhar de forma independente do Audifax ou do partido tal. Seja na questão das especialidades, na segurança pública. Preciso da ajuda de todos, seja os deputados estaduais eleitos e quero humildemente pedir ajuda também aos deputados federais eleitos e os senadores eleitos. É fazer para a cidade, não é para mim. 

A relação do Audifax com a Câmara da Serra está harmonizada?

 Está harmonizada, está tranquila. Tenho conversado com o presidente da Câmara, estamos trabalhando juntos; tenho uma expectativa grande de aprovar o orçamento rápido. Vamos apresentar uma capacidade de investimento de mais de R$ 300 milhõese vou me colocar à disposição dos vereadores para isso.

O que esperar do Brasil, independente do próximo presidente, a partir de 2019?

 Tenho muita preocupação, em função de ver muito radicalismo, muito ódio de tudo quanto é lado. O cenário não é dos melhores. O que eu peço é que as pessoas possam buscar a paz, exercitar a paz. 

Redação Jornal Tempo Novo

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