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Técnica melhora água e aumenta peixes em rio que abastece a Serra

Troncos colocados no leito do rio reduziram a velocidade da água. Foto: Divulgação Últimos Refúgios Leonardo Merçon

Bruno Lyra

Aumento de 80% da quantidade de peixes, além de reduzir o volume de terra no rio. Esses são os frutos do projeto piloto implantado no rio Mangaraí, na zona rural de Santa Leopoldina. E com resultado direto para a Serra, já que o manancial é o principal afluente do rio Santa Maria, responsável por abastecer a cidade, além da zona norte de Vitória, parte de Cariacica e Praia Grande em Fundão, na região metropolitana.

A ação, tocada pelo Instituto Aplysia e com recursos da Fapes (Fundação de Amparo a Pesquisa) e consiste na instalação de troncos de eucalipto num trecho de 200 metros do rio, papel que normalmente seria feito pelas matas ciliares com morte natural das árvores. Como não há mais floresta do trecho, os troncos recriam a condição, reduzindo a velocidade da água, retendo terra (sedimentos).  A tecnologia foi desenvolvida na Inglaterra, em tributários do rio Tâmisa.

Em 10 meses de projeto no rio, conseguiu-se retirar 67 toneladas de terra do leito reduzindo a velocidade da água de 37 centímetros por minuto para 29 centímetros por minuto. 

Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Aladin Cerqueira, o estado planeja ampliar o projeto para rios menores que formam o Mangaraí. O projeto do Mangaraí foi concluído na semana passada, teve custo de R$ 200 mil e incluiu também pesquisas e análises laboratoriais. A intenção é expandi-lo para afluentes menores do Mangaraí.

Aladin disse ainda que a Secretaria de Agricultura (Seag) deve abrir edital, ainda este ano, para pavimentar 200km de estradas vicinais e implantar 12 mil caixas secas. Tudo na bacia do Mangaraí. “Isso é para reduzir a quantidade de terra que chega no rio Santa Maria e à estação de tratamento de água de Carapina, já que na parte superior da bacia há as represas de Suíça e rio Bonito que acabam fazendo o papel de reter os sedimentos (terra)”, explica.  

O excesso de barro na água do Santa Maria quando chove forte é recorrente e já fez a Cesan  suspender o abastecimento de água. Além de uma população de cerca de 700 mil pessoas, o rio é o fornecedor do Complexo Industrial de Tubarão (Vale e ArcelorMittal).  

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Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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