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Subproduto do Lulopetismo

Eci Scardini 

Olhando o rumo que tomou a eleição presidencial no país este ano, pode-se dizer que, quem teve mais coragem, sagacidade, agilidade, mais criatividade e articulação, aglutinou melhor os interesses de setores organizados e está levando a melhor sobre aqueles que não apresentaram esse conjunto de quesitos. Associado a isso, tem também as tendências a nível internacional, com um assanhamento dos extremos.

Do tiro de partida para a campanha até a data de hoje, estamos vendo uma brutal queda de braços entre duas forças antagônicas e que, literalmente, deixaram as outras para trás, aparentemente sem chances de reação. A queda de braços se dá entre o PT e Jair Bolsonaro (PSL). Fernando Haddad é só um instrumento usado por Lula e por algumas cabeças coroadas do partido para contrapor àquele que se transformou em seu principal polo oposto. Já o PSL é só a sigla que Bolsonaro usa para ter o direito de concorrer à eleição presidencial.

Pode se afirmar que a ascensão política de Jair Bolsonaro se deu como um subproduto dos erros do Lulopetismo.  A corrupção verificada nos 13,5 anos de governo do PT maculou os 38 anos de vida do partido. Associada à corrupção, o desleixo no combate à criminalidade, o excesso de concessões fiscais e tributárias, o financiamento de megaprojetos estruturantes em diversos países em detrimento de projetos semelhantes no Brasil e a relação quase que incestuosa com setores formadores de opinião, levaram o país a um caos social e econômico sem precedentes na história do Brasil e muito cruel para a população.

Até a metade do segundo mandato de Lula, em 2008, quando a crise começou a dar os primeiros sinais, Jair Bolsonaro não passava de um deputado federal do baixo clero, em seu quinto mandato, até então marcado na Câmara dos Deputados por bravatas e por apologia à ditatura militar.

Bolsonaro foi crescendo no vácuo de lideranças fortes e limpas, e se consolidou como o antipetismo embaixo do nariz do PSDB. A estratégia usada por ele se intensificou na medida em que iam caindo nomes como Aécio Neves (PSDB), Sérgio Cabral (MDB), José Dirceu (PT), Antônio Palloci (ex-PT), Geraldo Alckmin (PSDB), entre outros, todos envolvidos em atos de corrupção. Os que sobraram, Marina Silva (Rede), Álvaro Dias (PODE) e outros gatos pingados não foram impetuosos o suficiente para atrair a preferência do eleitorado.

Dupla face da instabilidade

 A eleição presidencial entra em sua reta final de primeiro turno polarizada entre o PT e Bolsonaro. Um alimenta o outro; o discurso e a história de um é o combustível do outro. O PT vive das benesses que concedeu à alta burguesia do país; do pão e circo que serviu aos pobres, do temor que os bandidos têm de não poderem mais aterrorizar a população e das ideias encantadoras do modelo socialista, fora da realidade do país.

Já Bolsonaro vive de um discurso forte e reducionista de combate à criminalidade, de defesa do conservadorismo e da moralidade e em defesa da ‘família tradicional’.

Mas o que seria um possível governo do PT ou de Bolsonaro? A princípio, ambos carregados de uma instabilidade política enorme.

O PT,por exemplo, nem tem programa de governo; tem sim um amontoado de ideias que nada mais é de continuidade de que já fez em 13,5 anos, até mesmo a relação com os parlamentares que tomarão conta do próximo Congresso seria a mesma, uma vez que o partido não tem condições morais para fazer diferente.

Seria também um governo de caça às bruxas; de vingar de todos aqueles que são considerados algozes da legenda, algozes do ex-presidente Lula e de sua trupe. Provavelmente a criminalidade seria a mesma e a corrupção também. O país poderia até sair do atoleiro no primeiro instante, mas daí um tempo voltaria novamente.

Já um possível governo de Bolsonaro é imprevisível. Como ele nunca governou nada, não há uma referência para servir de ponto de partida; poderia ser um desastre ou não. Além das preocupantes tendências autoritárias e insinuações de golpe militar do capitão do exército.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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