Categories: Meio Ambiente

Siderúrgica acumula multas de R$ 3,3 milhões por causa de pó preto

O pó preto aumentou nestes dias de vento sul em Morada de Laranjeiras,
segundo morador que enviou esta imagem para o jornal na segunda (1). Foto: Divulgação

Falhas no sistema de controle da poluição do ar na ArcelorMittal Tubarão, localizada na Serra, tem levado o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) a multar a empresa com frequência. A última aconteceu no início de março, quando o órgão estadual constatou problemas no Sistema de Apagamento/Resfriamento a Úmido de Coque, que gerou multa de R$ 135 mil.

Segundo assessoria de imprensa do Iema, esta parte da operação da empresa chegou a ser interditada entre os dias 7 e 12 de março. Durante vistoria que gerou a interdição, técnicos do Instituto também flagraram outras irregularidades na contenção da poluição do ar, o que gerou mais oito multas que totalizaram R$ R$ 218,3 mil.

A assessoria do Iema acrescenta que, em ações anteriores, o órgão emitiu outros 10 autos de multa à Arcelor por sujar o ar em quantidade acima do permitido por lei. Tais autos geraram valor de R$ 3 milhões. O Iema não informou se as multas foram pagas.

Além de lançar gases siderúrgicos no ar, como dióxido de carbono, dióxido de enxofre, benzeno, dentre outros, a produção de placas de aço na Arcelor é, ao lado da sua principal fornecedora, a Vale, a principal fonte de emissão do conhecido pó preto na Grande Vitória.

A reportagem acionou a assessoria de imprensa da ArcelorMittal Tubarão que enviou uma nota, confira na íntegra: 

“A ArcelorMittal Tubarão informa que, em fiscalização realizada dia 15 de fevereiro de 2019, pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), foi observado um desvio durante a descarga de material de um dos fornos da Coqueria. Após conclusão do ofício pelo órgão, foi solicitada em março a interdição da unidade de apagamento de coque a úmido de sua Coqueria Convencional, até que fossem cumpridas melhorias solicitadas pelo órgão ambiental.

O sistema, interditado entre 7 e 12 de março, não afetou a produção da Usina. A empresa atendeu prontamente a todas as solicitações feitas pelo órgão ambiental, que determinou a desinterdição no dia 12 de março de 2019. Informa ainda que o processo é devidamente dotado de equipamento de controle, tendo este passado por investimentos em 2015 para ampliação de sua eficiência.

Quanto ao desvio observado durante a fiscalização, a mesma ocorreu de maneira pontual durante a descarga de material de um dos fornos da Coqueria, quando o equipamento de controle não estava posicionado no ponto adequado ocasionando uma emissão fugitiva de material particulado. A empresa reforça que este foi um fato isolado de curta duração, não trazendo quaisquer impactos à qualidade do ar da região, conforme dados da Rede de Qualidade do Ar da Região da Grande Vitória.

Com relação aos autos de multas, a empresa apresentou seus argumentos técnicos na defesa administrativa protocolada no procedimento instaurado pelo órgão ambiental. Independentemente deste procedimento administrativo, a empresa informa que mantém a implementação de uma série de investimentos. Na Coqueria, destaque para a instalação de uma nova bateria, em substituição a uma das baterias existentes, no valor de 523 milhões de reais, que contempla as melhores tecnologias disponíveis. Além disso, estão em andamento outros projetos da ordem de mais de 1 bilhão de reais, em ações de curto, médio e longo prazos, como por exemplo, os sistemas de lava-rodas de veículos com cargas e a cobertura de caminhões. Além disso, reforça que as chaminés são monitoradas por medição continua, com os dados sendo repassados periodicamente para o IEMA.

Reiterando o compromisso da empresa com a transparência das ações que desenvolve, a ArcelorMittal Tubarão mantém seu website atualizado com os resultados do monitoramento contínuo de suas chaminés, incluindo comentários sobre os desvios e ações de mitigação. A divulgação é feita mensalmente e permite ao capixaba acompanhar o cumprimento legal de todos os dados reportados ao IEMA.  Todas essas informações estão disponíveis para consulta também no site http://tubarao.arcelormittal.com/sustentabilidade/meioambiente. Além disso, as informações relativas às penalidades administrativas recebidas são reportadas anualmente através de indicadores do Relatório de Sustentabilidade do grupo, que atende às normas internacionais de elaboração do Global Reporting Initiative (GRI)”.

Redação Jornal Tempo Novo

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