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Setor de transporte e armazenamento prevê extinção de 10 mil empregos

O empresário Moisés Borges do setor de armazenagem: 60% das cargas no Estado são guardadas na Serra. Foto: Fábio Barcelos

Por Ayanne Karoline

Responsável pelo armazenamento de 60% das cargas que chegam ao Espírito Santo, a Serra é o principal centro logístico do Estado.  O cenário que poderia ser bom para a economia serrana, está em alerta com a crise. Estima-se que mais de 10 mil postos de trabalho sejam extintos nos próximos quatro meses, em todo o Estado.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Espírito Santo (Transcares), Liemar Pretti, afirma que hoje são mil carretas paradas no Estado, gerando um prejuízo de R$ 530 milhões por mês.

Entre os problemas estão o frete baixo, já que as facilidades de financiamento fomentaram a compra dos veículos e consequentemente a concorrência; além dos aumentos no óleo diesel e insumos, como pneus; mão de obra, pedágios caros e carga tributária alta. “Hoje o nosso segmento vive uma fase difícil, o volume de mercadorias tem caído consideravelmente”, lamenta Pretti.

Para agravar ainda mais a situação, os empresários do setor reclamam das condições das estradas. “As montadoras oferecem caminhões modernos e total conforto ao motorista, mas as estradas são perigosas e com desenhos da era medieval”, compara Pretti, referindo-se à falta de modernização.

Como se não bastasse, com o aumento autorizado no óleo diesel as empresas de logística sentiram no bolso e isso virou um dos principais agravantes. Nos postos da Serra, por exemplo, é possível abastecer com óleo diesel pelo preço de R$ 2,77 o litro. Isso significa que para encher o tanque de uma carreta moderna, em média 400 litros, é necessário desembolsar R$ 1.108. Segundo Pretti, esse veículo roda 4 km com um litro, ou seja, com o tanque cheio a mesma carreta vai rodar 1.600 km. Há um ano, com o diesel a R$ 2,47, era possível rodar essa mesma distância pagando R$ 988. O aumento foi de cerca de 12%.

Cidade é líder no segmento

 Atualmente, a Serra conta com mais de 100 empresas de logística que geram 3 mil empregos diretos. Estão distribuídas em vários bairros, com destaque para Civit I e II, ES-010, Jardim Limoeiro e Novo Horizonte.

As principais cargas que chegam e são armazenadas no município provêm do ramo de autopeças e produtos farmacêuticos. Aqui chegam produtos de outros Estados e até de fora do país, através de caminhões, portos e ferrovia.

A proximidade do aeroporto de Vitória, da BR101, Porto de Tubarão, Rodovia do Contorno e Estrada de Ferro Vitória-Minas potencializam o mercado.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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