Nesta última quinta-feira (02), o deputado federal e pré-candidato a governador pelo partido União Brasil, Felipe Rigoni, esteve na Serra para realizar agendas pré-eleitorais; às 11h ele visitou a redação do Jornal TEMPO NOVO para falar de propostas, em especial no contexto da Serra, que é a cidade mais populosa e com a maior economia do Espírito Santo.
Em primeiro ato, Rigoni defendeu a renovação da governança capixaba; apesar de reconhecer os avanços realizados nos governos do atual governador, Renato Casagrande e do ex-governador, Paulo Hartung. Segundo o pré-candidato, esse “ciclo de 20 anos passou”, de acordo com o sentimento pelo qual ele diz observar entre a população capixaba: “Foi bom, mas já deu”, cravou o jovem deputado.
Ele vai além dos argumentos do “já deu”, Rigoni afirma que no início dos anos 2000, quando Hartung assumiu o cargo de governador, havia naquele momento um projeto de estado objetivo, que partia da necessidade de superar a trágica página do “crime organizado, arrumar as instituições e ajeitar as contas públicas”, disse, completando que tais objetivos foram atingidos, entretanto, outros desafios “não foram feitos”.
O pré-candidato detalhou que em sua perspectiva “atualmente não há um projeto de estado que conduza o ES para um novo ciclo de desenvolvimento nos próximos 10 ou 20 anos”; Ele citou áreas como saneamento básico, segurança pública e saúde pública, que opinião dele ainda estão “precários” e não “entregam na ponta os serviços com qualidade”, completou. O segundo item listado por Rigoni para sustentar sua tese de renovação, está na “ausência de lideranças políticas não construídas tanto por Casagrande quanto por Hartung”, afirma.
A reportagem provocou o pré-candidato a respeito dos investimentos realizados pela atual gestão do Governo do Estado, que em 4 anos, deve descarregar R$ 1 bilhão de recursos estaduais na Serra, montante, que se configura em um recorde em termos de investimentos no município. Rebatendo a reportagem, o pré-candidato defendeu que tal volume de investimento “é natural” uma vez que “as contas públicas estão organizadas e com nota ‘A’ no Tesourou Nacional há 10 anos”, porém Rigoni defendeu que “o novo modelo de desenvolvimento” defendido por ele para indução de aporte de recursos do setor privado, com parceiras entre setor público e privado para aumentar a capacidade de investimentos.
O pré-candidato teceu ainda duríssimas críticas contra a Cesan, desde a área de abastecimento de água até a gestão de esgotamento sanitário no ES. E defendeu categoricamente a privatização completa da Cesan; sem papas na língua, o deputado e pré-candidato afirmou que a estatal joga “cocô nas praias da Serra”, e que a Cesan “não tem capacidade gerencial de resolver os problemas e de fazer investimentos”. De acordo com ele, 40% da água tratada pela estatal é perdida durante o processo. Na visão dele o caminho é trazer os princípios de gestão do setor privado para o saneamento e manter o Estado como um regulador e fiscalizador dos serviços.
Rigoni ainda falou sobre segurança pública; ele reconheceu a queda nos índices de homicídios, mas alertou a escalada de crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos. Segundo ele, o combate a esse problema passa pela valorização policial e incorporação de tecnologia, mas ressaltou que as forças policiais agem “quando a coisa já deu errado”. Ele citou necessidade de políticas públicas de incentivo ao jovem de permanência na escola: “os números de evasão escolar estão diretamente conectados com os índices de violência”, disse.
Ele exemplificou um projeto de sua autoria que tramita no Congresso, que cria uma espécie de poupança para os jovens que continuarem os estudos; conforme avançarem nas séries, esse valor vai aumentado e quando finalizarem a fase escolar, os alunos conseguem retirar o dinheiro, servindo como incentivo para a manutenção do jovem na escola.
Rigoni também opinou a respeito do Sistema de Transporte Coletivo da Grande Vitória, o famoso Transcol. O pré-candidato defendeu uma auditoria e repactuação do contrato com as empresas, envolvendo as prefeituras e o Estado; além da mudança na modelagem das tarifas, com valores diferenciados para circulação anual, mensal, semanal e passagens avulsas. Ele ressaltou ainda que todas essas questões como saneamento, segurança e transporte coletivo precisam de pactuação regional: “tem que colocar os prefeitos para conversar”, resumiu.
Perguntado sobre a polarização nacional Lula x Bolsonaro, Rigoni se definiu como um político “de centro 100% liberal”, entretanto, questionado a respeito das liberdades individuais em temas como liberação do abordo e da maconha, Rigoni deu uma titubeada e disse que tais assuntos não estão no centro das necessidades e dos debates do país.
Sem citar nominalmente a relação de Casagrande e Bolsonaro, mas deixando explícita a referência, ele criticou a posição de governadores e chefes de poderes executivos que “são oposição” uns aos outros. Na visão dele, esse papel é de responsabilidade do Poder Legislativo, já que governantes opositores “atrapalham” a população; Rigoni completou ainda que o ES precisa avançar no setor de turismo; na visão dele, o setor é voltado ao próprio capixaba, ao invés de focar na atração de turistas de fora do ES.
Na condição de deputado federal, que exerce desde 2019, o parlamentar de 30 anos criticou o Governo Federal, caracterizando-o como “confuso”. Disse ainda que o presidente “não foca em temas reais” e que a polarização cria uma distorção dos debates nacionais que são objetivamente os problemas a serem superados, como “desemprego, inflação e empobrecimento”. Porém, elogiou o Ministério da Infraestrutura e o Ministério da Agricultura, que na visão dele tiveram um bom desempenho, no entanto, rasgou críticas ao Ministério da Educação, que classificou como uma gestão “ridícula”. Para finalizar, o pré-candidato confirmou o vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro como o pré-candidato do partido a deputado federal na Serra.
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