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“Se existir problema entre Casagrande e Hartung, o meu trabalho é minimizar”

Vidigal admite que não pensa em disputar eleição novamente para a Prefeitura da Serra. Foto: Divulgação

Yuri Scardini / Conceição Nascimento

Cotado para ser um dos candidatos a deputado federal mais votado, o ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT) se coloca como um conciliador entre Renato Casagrande (PSB) e Paulo Hartung (MDB). Além disso, ele confessa que não pensa em retornar ao comando da Prefeitura da Serra, mas afirma que vai ajudar a construir uma alternativa política frente ao seu maior rival, o prefeito Audifax Barcelos (Rede). Nessa entrevista, Vidigal diz também que superou as dificuldades políticas com o PSB e minimiza os impactos da candidatura da esposa, Sueli Vidigal, entre seus aliados. 

As diferenças históricas com Renato Casagrande e o PSB foram superadas?

Esse era um palanque que me dava muito constrangimento, porque estavam pessoas que me agrediam muito. Para se ter uma ideia, todas as denúncias que eu tenho partiram do prefeito (Audifax Barcelos-Rede) e dos aliados dele. Então é uma situação muito constrangedora, já quena época ele era do PSB, e depois eles (Audifax e PSB) foram aliados na última eleição em 2016. Então era muito mais um problema local do que estadual. Então o Renato pode contar com aquilo que é o meu maior patrimônio, a lealdade.

E a relação com o PSB da Serra e a família Lamas?

Acho que é uma coisa menor, estamos tratando de governo. É um assunto que o Renato tem que administrar, não eu. Do meu lado não tenho nenhum problema; se tiver de lá pra cá, o Renato vai ter administrar.

A relação com Vandinho Leite foi abalada com a candidatura à estadual de Sueli Vidigal?

Somos de partidos diferentes, temos projetos nacionais diferentes, pode ser que amanhã os projetos estadual, municipal, de repente se juntem. Mas a minha relação pessoal com ele é muito boa. A candidatura da Sueli não foi para atrapalhar o Vandinho, mas para ocupar uma lacuna com a não candidatura do Nacib para deputado estadual. Acho que cada um vai ter o seu quinhão e evidentemente vai ajudar ao Governo porque a Sueli eleita também é da base do governador, mais um parlamentar na Serra, para ajudar a cidade. Inclusive me dispus a fazer material casado, como também o Pastor Ailton, que também é meu aliado. E também o PSDB tem candidato a federal, que é o César Colnago, então nada impede que o PDT possa ter candidato a estadual.

E no PDT, alguns ficaram magoados com a candidatura de Sueli?

Aconteceu algum ruído com algumas pessoas, talvez, pela demora da decisão de ela ser candidata. Sueli não foi cotada pra ser vice, houve o movimento de alguns para querer isso, mas o PDT mesmo nunca sentou pra discutir esse assunto. Mas o pessoal do PDT que eleitoralmente tem influência, a candidatura de Sueli tem grande adesão, não tenho a menor dúvida. O que pode gerar um pouco é de ciúmes, mas precisamos fortalecer o PDT, ter uma bancada forte na Assembleia. Inclusive me dispus a fazer material casado, com Vandinho e também o Pastor Ailton, que também é meu aliado. 

Sueli pode ter problemas para se eleger diante das muitas candidaturas fragmentadas?

Ninguém tá eleito; Sueli tem trabalho, tem história; tem todas as chances de ganhar a eleição. Ela tem um trabalho que ultrapassa os limites da Serra. Para se eleger todos nós dependemos da vontade popular.

Como fica a relação com o governador Paulo Hartung?

Não é porque estou no palanque do Renato que vou virar inimigo de Paulo; isso não foi acordado e eu nem acordaria uma coisa dessas. Nossa relação continuará sendo a mesma, reconhecendo que o Paulo foi um bom governador para o cenário econômico que o Estado atravessava, respeitamos a decisão dele de não querer ser candidato mais. Se existe algum problema de Renato com o Paulo o nosso trabalho é tentar minimizar qualquer dificuldade que possa ter.

Ainda nutre planos de voltar à Prefeitura da Serra?

Eu sou muito honesto, o projeto de eu voltar a ser prefeito é uma coisa que não está no meu coração. Agora o plano de ajudar a construir um projeto importante para a Serra, sim. Porque a cidade vive um momento muito triste; a saúde pública da cidade, as políticas sociais, o modelo de fazer gestão, com perseguição, com vingança e com ódio no coração são coisas que eu acho que a Serra não merece continuar com esse modelo. Se você é ligado a um o outro te persegue, não te recebe. Tem líder comunitário dizendo que se manifestar a meu favor o prefeito diz que não vai fazer obra no bairro. Então eu acho que o modelo de gestão é o da velha política. Então me sinto na obrigação de participar; mas de ser o candidato? Vamos ver.

O processo que corre em 2º instância, que o acusa de nepotismo, pode te deixar inelegível?

Não, de jeito nenhum; se olhar a legislação, tem que ter desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito para inelegibilidade da eleição. Pra mim seria melhor que julgasse logo, porque sei dos meus atos e da minha inocência e é o único palanque contra mim que eles têm, e inclusive as denúncias partiram deles.

Como avalia o comportamento do eleitor este ano?

É uma caixa de surpresas. Quando pega a pesquisa de opinião pública, e olha na estimulada, candidatura de senador, Magno tem 54% e Ricardo tem 42%; na espontânea, Magno tem 8% e Ricardo 4%. Quer dizer, o eleitor ainda não entrou no clima do processo eleitoral. A decisão não foi espontânea, foi na estimulada. Os políticos que acharem que a eleição está decidida quando veem a estimulada tomem cuidado porque na espontânea a população não está envolvida e faltam pouco mais de 50 dias para a eleição.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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